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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

História e Características da Literatura de Cordel


Literatura de cordel é um gênero literário popular frequentemente escrito de forma ritmada, originados em fatos reais e depois impressos. Em sua grande maioria são romances que contam histórias com intenção de entreter  e criticar fatos e pessoas.
Não há exatamente uma data para determinar o inicio da literatura de cordel, através de estudos vemos uma grande discordância entre as datas.

No Brasil também conhecida como folheto, a literatura de cordel se perpetuou no nordeste,as impressões do cordel começaram na segunda metade do século XIX, com características próprias. Temas religiosos, fatos do cotidiano, tendo também muita repercussão as façanhas do cangaceiro Lampião e o suicídio do presidente Getulio Vargas.

Para atrair compradores os cordelistas recitam versos de forma empolgante acompanhados de viola.

Segundo pesquisadores, o primeiro folheto de cordel brasileiro foi publicado na Paraíba por Leando Gomes De Barros, em 1893. Acredita-se também que outros poetas tenham publicado antes , como Silvino Piraua Barros.                               Em 1988 foi fundada no Rio de Janeiro a Academia Brasileira de Literatura de Cordel com o objetivo de reunir cordelistas. A fundação da academia foi liderada pelo cordelista Gonçalo Ferreira da Silva e possui 40 cadeiras

POÉTICA DA LITERATURA DE CORDEL

Quadra
       
Estrofe com quatro versos, esta iniciou o cordeu porém não é mais utilizadas pelos cordelistas. Obrigatoriamente uma quadra deve conter dois versos. Um exemplo clássico de uma quadra está na poesia do poeta maranhense Gonçalves Dias:                                                                                   Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá                                                                                             As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá 

Sextilha
       
É mais conhecida, contendo seis versos e rimas no segundo, quarto e sexto verso.                                                                                                                                                                                                   Quem inventou esse "S"                                                                                 Com que se escreve saudade



Foi o mesmo que inventou
O "F" da falsidade
E o mesmo que fez o "I"
Da minha infelicidade

Septilha
 
        Com sete versos é classificada como uma estrofe rara.                             
  Napoleão era um                                                                                             
  Bom capitão de navio
  Sofria de tosse braba
  No tempo que era sadio,
  Foi poeta e demagogo
  Numa coivara de fogo
  Morreu tremendo de frio.

Oitava

      Contém oito versos, a rima é feita da seguinte maneira: a primeira com a segunda e terceira, a quarta com a quinta e oitava e a sexta com a sétima.
   Eu sou Zé Limeira e tanto
   Cantando por todo canto
   Frei Damião já é santo
   Dizendo a santa missão
   Espinhaço e gangão
   Batata de fim de rama 
   Remédio de velho é cama 
   NOS OITO PÉS A QUADRÃO.

Décima
 
      Contendo dez versos, possui a seguinte rima : ABBAACCDDC.                                                      
   Vou lhe avisar agora Zé Limeira - A                                                                       
   Dizem que quem avisa amigo é - B                                                                            
   Vou lhe amarrar agora a mão e o pé - B
   E lhe atirar naquela capoeira - A
   Pra você não dizer tanta besteira - A
   Nesta noite em que Deus nos acolheu - C
   Você hoje se esquece que nasceu - C
   E se lembra que eu sou bom e perfeito - D
   Você hoje me paga o que tem feito - D
   Com os poetas mais fracos do que eu. – C


- Editor: Thiago Silva Prazeres