Literatura de cordel é um gênero literário popular
frequentemente escrito de forma ritmada, originados em fatos reais e depois
impressos. Em sua grande maioria são romances que contam histórias com intenção
de entreter e criticar fatos e pessoas.
Não há exatamente uma data para determinar o inicio da
literatura de cordel, através de estudos vemos uma grande discordância entre as
datas.
No
Brasil também conhecida como folheto, a literatura de cordel se perpetuou no
nordeste,as impressões do cordel começaram na segunda metade do século XIX, com
características próprias. Temas religiosos, fatos do cotidiano, tendo também
muita repercussão as façanhas do cangaceiro Lampião e o suicídio do presidente
Getulio Vargas.
Para
atrair compradores os cordelistas recitam versos de forma empolgante
acompanhados de viola.
Segundo pesquisadores, o primeiro folheto de cordel
brasileiro foi publicado na Paraíba por Leando Gomes De Barros, em 1893.
Acredita-se também que outros poetas tenham publicado antes , como Silvino
Piraua Barros. Em 1988 foi fundada no Rio
de Janeiro a Academia Brasileira de Literatura de Cordel com o objetivo de
reunir cordelistas. A fundação da academia foi liderada pelo cordelista Gonçalo
Ferreira da Silva e possui 40 cadeiras
POÉTICA DA LITERATURA DE CORDEL
Quadra
Estrofe com quatro versos, esta iniciou o
cordeu porém não é mais utilizadas pelos cordelistas. Obrigatoriamente uma
quadra deve conter dois versos. Um exemplo clássico de uma quadra está na
poesia do poeta maranhense Gonçalves Dias:
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá
Sextilha
É mais conhecida, contendo
seis versos e rimas no segundo, quarto e sexto verso.
Quem inventou esse "S" Com
que se escreve saudade
Foi o mesmo que inventou
O "F" da falsidade
E o mesmo que fez o "I"
Da minha infelicidade
Septilha
Com sete versos é classificada como uma estrofe rara.
Napoleão
era um
Bom
capitão de navio
Sofria
de tosse braba
No
tempo que era sadio,
Foi
poeta e demagogo
Numa
coivara de fogo
Morreu
tremendo de frio.
Oitava
Contém oito versos, a rima é
feita da seguinte maneira: a primeira com a segunda e
terceira, a quarta com a quinta e oitava e a sexta com a sétima.
Eu
sou Zé Limeira e tanto
Cantando
por todo canto
Frei
Damião já é santo
Dizendo
a santa missão
Espinhaço
e gangão
Batata
de fim de rama
Remédio
de velho é cama
NOS
OITO PÉS A QUADRÃO.
Décima
Contendo dez versos, possui
a seguinte rima : ABBAACCDDC.
Vou lhe avisar agora Zé Limeira - A
Dizem que quem avisa amigo é - B
Vou lhe amarrar agora a mão e o pé - B
E
lhe atirar naquela capoeira - A
Pra
você não dizer tanta besteira - A
Nesta
noite em que Deus nos acolheu - C
Você
hoje se esquece que nasceu - C
E se
lembra que eu sou bom e perfeito - D
Você
hoje me paga o que tem feito - D
Com
os poetas mais fracos do que eu. – C
- Editor: Thiago Silva Prazeres