E ASSIM SURGIU A APLAC.

O Movimento Cultural de 1920 criou, em Pinheiro, uma nova atmosfera dentro da qual o pinheirense tem vivido até os nossos dias.

Às festas populares que, até então, concorriam para o entretenimento dos pinheirenses, como o bumba-meu-boi, as festas do Divino, as pastorais e os reizados somaram-se outros eventos que propiciaram a criação de um ambiente intelectual que se constituiu, na pedra de toque desse Movimento.

A fundação do jornal Cidade de Pinheiro, em 1921, ainda em circulação como o órgão de imprensa mais antigo do Estado, o Instituto Pinheirense, a Biblioteca Popular, o Salão de Leitura, os clubes sócio-esportivo-culturais, os teatros Guarany e Santo Inácio, a Escola Normal, o Grupo Escolar Odorico Mendes e muitos outros foram os pilares da estrutura intelectual que vem sendo construída desde essa época.

Na senda dessas realizações, os estudantes de Pinheiro e os pinheirenses que já estudavam, em São Luís, sensibilizaram alguns membros da comunidade e, assim, fundaram, em março de 1959, o Centro Cultural da Mocidade de Pinheiro ou Academia dos Novos como, também, era conhecida. A entidade tinha como escopo principal reunir, em Associação, os intelectuais de Pinheiro juntamente com as gerações mais jovens de forma a aprimorar-lhes, no exercício das letras  e das belas artes, promovendo palestras, debates, seminários e sessões de estudo de temas de interesse geral ou específico. Buscava-se dar prosseguimento àquela onda formada, nos anos da década de 20, com o objetivo de dotar Pinheiro de cidadãos éticos, comprometidos com o futuro das novas gerações e com o destino do seu município.

Mas, apesar do empenho e da boa vontade de todos, a falta de vivência com organizações dessa natureza, não lhe garantiu vida longa.

Uma nova tentativa foi realizada pelos estudantes locais com os que já estudavam em São Luís.

Em 1961, envolvendo apenas estudantes foi criada, em julho desse mesmo ano, a Associação Cultural e Recreativa dos Estudantes de Pinheiro depois substituída por Associação Cultural Recreativa e Educacional de Pinheiro – ACREP. Com objetivos voltados para o social e para a educação, a entidade, com o apoio do Governo Estadual, instituiu, no ano seguinte, um Ginásio Comercial, noturno e gratuito, a Escola Comercial da ACREP – ECA, para atender aos jovens que trabalhavam durante o dia e que dispunham de poucos recursos financeiros.

A experiência foi muito boa. Deu excelentes frutos. Várias gerações de pinheirenses encontraram, na ECA, a ferramenta de que precisavam para alavancar suas vidas. Mas passados mais de 30 anos, a sua condição de instituição gratuita, a instalação de outras unidades de 1° e 2° graus de ensino público a inviabilizou.

Os estudantes daquela época, militantes da Academia dos Novos e da ACREP não arrefeceram a luta. Partiram para outra empreitada.

Reuniram, em torno de si, um grupo de intelectuais e artistas de Pinheiro e fundaram a Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências - APLAC, no dia 23 de novembro de 2005, em homenagem à data de instalação do Lugar do Pinheiro, pelo Capitão-mor de Alcântara, Inácio José Pinheiro, que foi o embrião do nosso município.

A experiência, passados já 5 anos, tem dado certo. O apoio de outras instituições congêneres de municípios vizinhos são estímulos para persistirmos na luta. O prosseguimento dos ideais que recebemos das gerações que nos antecederam queremos transferir para as gerações mais novas como o crédito do compromisso que assumimos com a nossa Pinheiro. Somos todos nós responsáveis pelo prosseguimento daquela onda formada, no Movimento de 1920, para que não pare nem se desfaça nas areias rasas do nosso fracasso. A sua continuidade pelas novas gerações testemunhará a formação de jovens e adultos mas bem preparados e aptos a garantir o desenvolvimento e o bem estar de todos.

A DIRETORIA