Parte I
O nome de Inácio José Pinheiro está intrinsecamente ligado às origens da nossa cidade, batizada com o nome Pinheiro, em sua homenagem e, também, à adoção do nosso gentílico e na escolha do nosso Padroeiro.
Embora de modo equivocado, desde o Curso Fundamental aprendemos que Pinheiro foi fundada por Inácio Pinheiro, em 3 de setembro de 1856. Equivocada, porque essa data nos remete não à fundação e sim à elevação do povoado à Vila, graças ao empenho de vários próceres, já nomeados pelo confrade Aymoré de Castro Alvim, em textos publicados, em artigos no jornal “Cidade de Pinheiro” e em dois dos seus livros:” Pinheiro em foco “e” Contos e Crônicas de um pinheirense”. Por outro lado, não houve uma fundação porque àquela época, como colônia portuguesa, obedecíamos estritamente às Ordenações Filipinas, conjunto de leis do Reino de Portugal, que não permitia criação de vilas, aldeias ou povoados, limitando e tolhendo a autonomia das autoridades representativas de El Rei e punindo rigorosamente os infratores.
Entretanto, uma ficção mais atraente geralmente suplanta uma realidade menos ilustre. De tanto ensinar-se e repetir-se que Pinheiro originou-se de uma fazenda de gado de propriedade do Capitão-mor de Alcântara, Inácio José Pinheiro, essa fábula foi se impondo como verdade, imprimindo caráter real e incorporando-se ao nosso imaginário e no cabedal de conhecimentos adquiridos nos bancos escolares.
Quando a Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências (APLAC) foi criada, em 2005, um dos primeiros artigos estatutários se propõe a resgatar a verdadeira história da instalação de Pinheiro, desde os seus primórdios, visando de maneira clara e definitiva situar esse episódio em seu contexto histórico, para entender-se a sua trajetória nos campos econômico e sócio-cultural, com vistas a uma melhor compreensão das dificuldades do presente e implementação adequada de medidas acertadas. Acreditamos que, ao conhecer a nossa origem, recuperaremos a nossa auto-estima, sem recorrer a mitos criados tão-somente para conferir dignidade e significação à existência humana.
Parabéns pela pequisa sobre Inácio Pinheiro e as origens da Princesa da Baixada.
ResponderExcluirAbraços
João