José Márcio Soares Leite*
O livro recentemente publicado pelo médico professor e acadêmico Aymoré de Castro Alvim, da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências (APLAC), intitulado “Contos e Crônicas de um Pinheirense”, evoca-nos lembranças e recordações de fatos ocorridos em Pinheiro e nos inspira a retratar a história desse município da Baixada Maranhense, destacando pontos marcantes de sua historicidade.
Segundo a pesquisa de Aymoré, no livro Pinheiro em Foco, a história do município abrange o período que vai desde a sua fundação até a sua emancipação como vila, ocorrida no século XIX. Na obra narra a origem da querida terra natal, sua gente, sua cultura, sua religião, sua etnia, sua economia e sua organização político-institucional.
O Pinheiro de hoje está muito bem reproduzido no livro Lugar das Águas, Pinheiro 1856-2006, do Acadêmico da APLAC e engenheiro José Jorge Leite Soares, em que narra, com muita propriedade, o movimento conhecido como “Movimento Cultural Pinheirense”, iniciado em 1921, graças a Elizabetho Barbosa de Carvalho, Clodoaldo Cardoso e Brasiliano Adônico de Castro Barroca, com a fundação do jornal Cidade de Pinheiro. Na década de 20 e ainda por feliz iniciativa dos dois primeiros fundadores do movimento, aliados a Josias Peixoto de Abreu, surgem o Instituto Pinheirense, seguido da Escola Normal, do Grupo Escolar Odorico Mendes, do Teatro Guarani e da Biblioteca Popular, esta por iniciativa de Domingos de Castro Perdigão.
A criação da Prelazia de Pinheiro, em 1939, representou o coroamento da luta do Padre Newton Inácio Pereira, pinheirense dos mais brilhantes e grande orador sacro. Igualmente importante foi a chegada a Pinheiro, em 1946, de sete padres e um frei italianos, chefiados pelo Monsenhor Afonso Maria Ungarelli, os quais, além da educação religiosa, legaram a Pinheiro a primeira escola de ensino fundamental, de quinta à oitava série, o Ginásio Pinheirense, e o Hospital Nossa Senhora das Mercês.
Nesse período ocorreu intensa atividade comercial com a imigração de portugueses para Pinheiro, os quais ali radicaram-se, constituíram famílias e aliaram-se ao trabalho de inúmeros comerciantes locais, incrementando a base do crescimento econômico do município.
Na segunda metade do século XX, tiveram destaque o Centro Cultural da Mocidade de Pinheiro ou Academia dos Novos e a Associação Cultural Recreativa e Educacional de Pinheiro (ACREP).
No livro A Saga de um Lutador, do Parnaiba ao Pericumã, onde escrevi a biografia de meu pai Orlando Leite, rememoro alguns acontecimentos por mim vivenciados na infância e adolescência em Pinheiro, abordando fatos da política local e o quadro da saúde no município, naquela época, mostrando a importância do trabalho desenvolvido pelo médico Manoel Estrela, que, mesmo sem contar com os recursos da medicina de hoje, salvou muitas vidas.
Marcos históricos recentes foram a fundação da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências - APLAC, no dia 23 de novembro de 2005, e a instalação dos Campus das Universidades Federais e Estadual do Maranhão.
O município de Pinheiro de amanhã, contudo, reclama pela implantação de um parque agroindustrial, a exemplo do que foi instalado no município de Gurupi, no sul do Estado do Tocantins, já que a economia de Pinheiro ainda se escora na pecuária e na pesca, rudimentarmente exploradas. Até hoje não houve fomento ao turismo, apesar da beleza de seus campos banhados pelo Pericumã, de modo a abrir novas oportunidades de trabalho e renda à população economicamente ativa. Com certeza, os jovens universitários pinheirenses irão levar adiante nossos sonhos de melhores dias para o povo pinheirense. É o que deles esperamos.
*Professor Doutor em Ciências da Saúde, Presidente da Academia Pinheirense de Letras, Artes e Ciências (APLAC) e Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (I.H.G.M.).
Publicado no Jornal O Estado do Maranhão de 26/06/11, domingo.
Bom dia, gostaria de obter o livro "Lugar das Águas, Pinheiro 1856-2006". Informações ellleres@gmail.com ou elleres@ojc.com.br
ResponderExcluir