*Sandra Leite Mendes
Os
pinheirenses ansiavam por um ginásio e coube ao bispo Dom Afonso Maria
Ungarelli trazê-lo para Pinheiro. Enfrentou muitos obstáculos, mas com a
capacidade que possuía venceu todos e em 1953 criou o nosso ginásio. Quanta
dificuldade enfrentou pela falta de recursos humanos para a instituição!
Conseguiu trazer para Pinheiro as Irmãs
Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus. Chegaram em janeiro de
1953. Foi um dia de expectativa e a população se deslocou ao campo de aviação
Salgado Filho para recebê-las. O táxi aéreo Nossa Senhora das Graças trouxe, em
duas viagens, as cinco irmãs e o nosso amado Dom Afonso. Houve uma explosão de
alegria do povo católico que compareceu a recepção. As freiras foram saudadas por
membros da comunidade e pelo prefeito Raimundo Marcelino Ferreira, Mundico
Melo, que lhes entregou
a chave da cidade.
As irmãs Maria Geralda, Maria Adélia, Maria
Susana, Maria Dolores e Vera Maria vieram com a principal finalidade de
trabalhar pela educação da juventude do Colégio Pinheirense. A preocupação com
recursos humanos não mais existia para Dom Afonso, as irmãs supririam as
necessidades.
Desenvolveram um trabalho grandioso na
pequena cidade. De imediato fundaram um internato para meninas, Recebiam 20 ou
30 jovens, que vinham do interior ou de outra cidade, para estudar no Grupo
Escolar Nossa Senhora do Sagrado Coração ou no Ginásio Pinheirense. O internato
era na residência das irmãs, no prédio onde atualmente funciona o SEBRAE.
A
irmã Vera Maria assumiu a direção do colégio, cuidava das moças, e foi
substituída mais tarde pela Irmã Maria Ruth, que chegou em Pinheiro um ano
depois. Os rapazes eram dirigidos por Pe. Sandro Fedelle que chegou em
1955. “Era o apogeu do Ginásio Pinheirense”.
As irmãs tornaram-se professoras e
contribuíram para que o colégio fosse considerado um dos melhores do interior
do Maranhão. Quantas lembranças das aulas de francês da Irmã Susana, a irmã
alegre e brincalhona que tornava esses momentos divertidos! Quantas saudades das
aulas de história com a doce e amorosa Irmã Geralda, a minha predileta!
Os pinheirenses estavam bem servidos e
satisfeitos com a educação dos seus jovens. Os pais participavam ativamente dos
encontros com a direção da escola ou quando convocados para algum evento. Todos
sentiam gratidão aos religiosos pelo trabalho que desenvolviam.
O
trabalho das irmãs não ficou limitado à educação. Acompanhavam a Pia União das Filhas de Maria,
a Cruzada Eucarística e a Legião de Maria. Visitavam as famílias e prestavam
assistência aos doentes. Trabalhavam na catequese e preparavam crianças para a primeira
comunhão. Desenvolveram várias outras atividades
para a comunidade pinheirense.
Durante dez anos trabalharam pela nossa
terra e contribuíram para formação do caráter dos jovens. Em 1963, para nossa
tristeza, foram levadas de Pinheiro para outras cidades. Foi lamentável para o
colégio e um desastre para a educação.
Em 1998, essa ordem religiosa voltou a
fixar-se na cidade. A Irmã Geralda estabeleceu-se em Mirinzal, aonde eu ia
sempre visitá-la. A minha amiga morreu num trágico acidente de carro, durante
suas férias, em sua terra natal. Dela restou a imensa saudade e os ensinamentos
que pratico no dia a dia.
Cara Moema.
ResponderExcluirQue bela e proveitosa idéia você teve! A coletânea do teu blog é um verdadeiro caleidoscópio envolvendo pessoas, épocas, fatos, circunstâncias e até gastronomia. São fases da vida pinheirense que dormiam no leito de um passado tendencioso ao esquecimento e que, agora, o "pinheiroempauta" as coloca nas "nuvens" para que todos nós, protagonistas ou não, tenhamos acesso a esse belo filme que representa os anos dourados vividos na nossa pequena Pinheiro. Parabéns !
As freiras retornam ao Maranhão, desta vez para a cidade de Mirinzal em 1982.
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