MOEMA

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PAPIRUS DO EGITO

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Ginásio Pinheirense



                                            *Sandra Leite Mendes

          Os pinheirenses ansiavam por um ginásio e coube ao bispo Dom Afonso Maria Ungarelli trazê-lo para Pinheiro. Enfrentou muitos obstáculos, mas com a capacidade que possuía venceu todos e em 1953 criou o nosso ginásio. Quanta dificuldade enfrentou pela falta de recursos humanos para a instituição!

      Conseguiu trazer para Pinheiro as Irmãs Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus. Chegaram em janeiro de 1953. Foi um dia de expectativa e a população se deslocou ao campo de aviação Salgado Filho para recebê-las. O táxi aéreo Nossa Senhora das Graças trouxe, em duas viagens, as cinco irmãs e o nosso amado Dom Afonso. Houve uma explosão de alegria do povo católico que compareceu a recepção. As freiras foram saudadas por membros da comunidade e pelo prefeito Raimundo Marcelino Ferreira, Mundico Melo, que lhes entregou a chave da cidade.

     As irmãs Maria Geralda, Maria Adélia, Maria Susana, Maria Dolores e Vera Maria vieram com a principal finalidade de trabalhar pela educação da juventude do Colégio Pinheirense. A preocupação com recursos humanos não mais existia para Dom Afonso, as irmãs supririam as necessidades.

     Desenvolveram um trabalho grandioso na pequena cidade. De imediato fundaram um internato para meninas, Recebiam 20 ou 30 jovens, que vinham do interior ou de outra cidade, para estudar no Grupo Escolar Nossa Senhora do Sagrado Coração ou no Ginásio Pinheirense. O internato era na residência das irmãs, no prédio onde atualmente funciona o SEBRAE.
 

         A irmã Vera Maria assumiu a direção do colégio, cuidava das moças, e foi substituída mais tarde pela Irmã Maria Ruth, que chegou em Pinheiro um ano depois. Os rapazes eram dirigidos por Pe. Sandro Fedelle que chegou em 1955.  Era o apogeu do Ginásio Pinheirense”.

 
 

     As irmãs tornaram-se professoras e contribuíram para que o colégio fosse considerado um dos melhores do interior do Maranhão. Quantas lembranças das aulas de francês da Irmã Susana, a irmã alegre e brincalhona que tornava esses momentos divertidos! Quantas saudades das aulas de história com a doce e amorosa Irmã Geralda, a minha predileta!

 
 
 
          Os pinheirenses estavam bem servidos e satisfeitos com a educação dos seus jovens. Os pais participavam ativamente dos encontros com a direção da escola ou quando convocados para algum evento. Todos sentiam gratidão aos religiosos pelo trabalho que desenvolviam.
 

O trabalho das irmãs não ficou limitado à educação.  Acompanhavam a Pia União das Filhas de Maria, a Cruzada Eucarística e a Legião de Maria. Visitavam as famílias e prestavam assistência aos doentes. Trabalhavam na catequese e preparavam crianças para a primeira comunhão. Desenvolveram várias outras atividades para a comunidade pinheirense.

     Durante dez anos trabalharam pela nossa terra e contribuíram para formação do caráter dos jovens. Em 1963, para nossa tristeza, foram levadas de Pinheiro para outras cidades. Foi lamentável para o colégio e um desastre para a educação. 

    Em 1998, essa ordem religiosa voltou a fixar-se na cidade. A Irmã Geralda estabeleceu-se em Mirinzal, aonde eu ia sempre visitá-la. A minha amiga morreu num trágico acidente de carro, durante suas férias, em sua terra natal. Dela restou a imensa saudade e os ensinamentos que pratico no dia a dia.  

 

2 comentários:

  1. Elisabeto Carvalho Soares23 abril, 2013

    Cara Moema.
    Que bela e proveitosa idéia você teve! A coletânea do teu blog é um verdadeiro caleidoscópio envolvendo pessoas, épocas, fatos, circunstâncias e até gastronomia. São fases da vida pinheirense que dormiam no leito de um passado tendencioso ao esquecimento e que, agora, o "pinheiroempauta" as coloca nas "nuvens" para que todos nós, protagonistas ou não, tenhamos acesso a esse belo filme que representa os anos dourados vividos na nossa pequena Pinheiro. Parabéns !

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  2. As freiras retornam ao Maranhão, desta vez para a cidade de Mirinzal em 1982.

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