MOEMA

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PAPIRUS DO EGITO

sexta-feira, 30 de maio de 2014

A CANA-DE-AÇUCAR E SEUS SUB-PRODUTOS




                                                A  RAPADURA

A rapadura é um produto sólido, obtido pela concentração a quente do caldo da cana-de-açúcar, sendo o seu ponto final conseguido por desidratação do caldo. A rapadura, produto natural e orgânico, tem sabor e odor agradável e específico, elevado valor alimentício, devido os elevadores teores de vitaminas ( A, C, D, B1 e B2)e sais minerais, como ferro, cálcio, fósforo, magnésio  e flúor.
Tradicionalmente consumida pela população nordestina, especialmente no sertão, constituída pelas camadas sociais de baixo poder aquisitivo e, ao mesmo tempo, reduzidas exigências em qualidade, a rapadura supre as suas deficiências nutricionais..
Riquíssima em calorias, chegando cada 100g a ter 132 kcal é considerado um alimento completo, pelos carboidratos, vitaminas e proteínas, indispensáveis numa alimentação adequada, e a partir de 1999 foi  incluida na merenda escolar, fornecida aos estudantes da rede pública.
Bem tolerada por recém-nascidos, ajuda a evitar a formação de gases e previne a constipação intestinal por apresentar leve ação laxante.
Além de manter a qualidade nutritiva da refeição, serve como fator estimulante e restaurador da agroindústria, principal agente econômico das regiões dedicadas à produção de rapadura.
                                      HISTÓRICO

A fabricação da rapadura iniciou-se nas Canárias, ilhas espanholas do Atlântico, possivelmente no século XVI, constituindo-se não apenas guloseimas, mas uma solução prática de  transporte em pequena quantidade, para uso individual. Como o açúcar comumente umedecia e melava o tijolo de rapadura acompanhava o viajante que o carregava em sacolas, devido ser de fácil transporte e possibilitar prática acomodação.
No Brasil, a rapadura começou a ser produzida no mesmo século da implantação dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar. Era consumida principalmente pelos escravos e colonos pobres. Ainda hoje é obtida artesanalmente e em pequena escala, utilizando tecnologia simplificada e de baixo custo.
A rapadura é um produto de grande importância na cultura alimentícia do Nordeste.
De maior produtor, o Brasil perdeu a hegemonia para a Colômbia, na América Latina. A Índia é o maior produtor mundial.
                                   
                          O  AÇÚCAR  MASCAVO

O açúcar mascavo é um produto obtido pela concentração do calda-de-cana e representa uma prática bastante rudimentar na indústria açucareira. É também conhecido pelos nomes de açúcar bruto, açúcar batido, açúcar moreno, açúcar do dia, açúcar cansado, açúcar integral.
O processo de produção do açúcar mascavo é realizado em engenhos com baixo nível tecnológico, usando a lenha como fonte de energia.
O açúcar mascavo tem cor amarelo queimado, podendo ser mais ou menos escuro, dependendo da maturação e variedade da cana. Seu valor nutritivo é bem mais elevado do que o  açúcar refinado, possuindo frutose, glicose, ferro, magnésio, fósforo, manganês, zinco, flúor, cobre, provitamina A, vitaminas A, B1, B2, B5, B6, C, D , E, PP e proteínas, fornecendo  382 calorias. A maior parte do açúcar produzido é comercializado para lojas de produtos naturais.
                    
AS  GULOSEIMAS FEITAS COM MEL DE CANA

Várias guloseimas que adoçaram a nossa infância, até hoje são fabricadas com ingredientes variados, em confeitarias sofisticadas e servidas em festas infantis. As que fazem parte das nossas mais caras recordações eram feitas artesanalmente por doceiras da terra ou em casa mesmo. Quem não se lembra dos rebuçados, pirulitos, quebra-queixos, vendidos na rua ou do puxa-puxa de fabricação caseira?
Sem balas, chiclets e bombons de chocolate elas constituíam as nossas pobres guloseimas, responsáveis por uma satisfação gustativa passageira e por dores de dentes terríveis causadas pelas cáries.
Os rebuçados só tinham um rival: as pastilhas de açúcar adicionadas com essências de hortelã e de rosas.
O mel era também degustado com macaxeira cozida nas nossas merendas do dia a dia, chamadas atualmente lanches.
   
  A GARAPA  OU  CALDO DE  CANA

Suco ou caldo obtido pela moagem da cana em engenhocas rudimentares. Fazia parte do nosso calendário social, sairmos em grupos para tomar o suco nas garapeiras de Pinheiro, instaladas à época da safra da cana. Também chupávamos a cana cortada em roletes, geralmente feitos em casa, após a retirada da casca com uma faca afiada, operação essa  que requeria cuidados para não ferir-nos.
                                              
A  CACHAÇA

Pinga, cana, é o nome dado à aguardente, bebida alcoólica, tipicamente brasileira, sorvida pura, com cajus, limãozinho, seriguela e outros frutos como tira-gosto ou misturada com suco de limão, açúcar e gelo para fazer a mundialmente conhecida “caipirinha”.
A cachaça é obtida pela destilação do caldo de cana fermentado. A fermentação do melado serve, também para preparar o rum.
O nome cachaça origina-se da língua ibérica antiga, cachaza (vinho de borra), vinho inferior bebido  em Portugal e na Espanha; outros dizem ser proveniente de cachaço, nome dado ao caititu, porco selvagem de carne dura, amolecida com cachaça. Na produção colonial a cachaça era o nome dado à primeira espuma que subia à superfície do caldo fervido nos tachos e mais tarde nas caldeiras. Essa espuma era descartada; a segunda servia para alimentar animais e escravos. Essa bebida obtida , após fermentação  e destilação da espuma e do melaço era de baixa qualidade e adquirida por pessoas de baixo poder aquisitivo.
A cachaça atualmente tem grande importância cultural, social e econômica para o Brasil, relacionada diretamente com o início da colonização portuguesa que introduziu as primeiras mudas de cana-de-açúcar e instalação dos primeiros engenhos.
Tão importante para a nossa economia, para exportação e consumo interno que foi instituído um dia para comemorá-la ou bebemorá-la: o dia 13 de setembro.
Os primeiros relatos sobre a fermentação da cana vêm do Egito que usavam os vapores emanados da fervura da garapa no tratamento de várias doenças. Esse procedimento empregava uma chaleira e era feito em ambiente fechado.
Os gregos registraram o processo de obtenção de acgua ardens, denominando al huhu. Os alquimistas atribuíram-lhe propriedades místicas e medicinais, chamando-a de eau de vie.
Da Europa foi levada para o Oriente Médio durante a expansão do Império Romano. Foram os árabes que confeccionaram os primeiros equipamentos para destilá-la, misturando-a com licores ou com água (anis).
A cachaça brasileira tem na sua composição cerca de 300 substâncias, sendo 98% de água e etanol e 2% de compostos que conferem à bebida as características organoléticas, substâncias essas contidas no mosto, extraída do colmo e das reações decorrentes dos processos de fermentação, destilação e envelhecimento. Outras substâncias são acrescentadas para dar-lhe sabor, odor e coloração.
Há dezenas de denominações para a cachaça, usadas em cada região.

USOS  E  ABUSOS  DA  CACHAÇA

Bebida usada socialmente, servida inicialmente em botequins e hoje frequentando bares e restaurantes sofisticados. Vários coquetéis são feitos com a cachaça sendo a caipirinha o mais solicitado.
O uso abusivo da cachaça é causa de um dos maiores pragas da Humanidade: o alcoolismo, causador de dependência química, considerada doença pela OMS, requerendo tratamento drástico para a reabilitação dos viciados. Suas consequências não cabem neste texto despretensioso. Abordaremos apenas algumas doenças decorrentes da cachaça cujo teor alcoólico se situa entre 38 e 40%.
O álcool é veneno para o cérebro, causando embolia, formação de coágulos, isquemia, devido à contração dos vasos sanguíneos, todos esses sintomas, prelúdios de derrames. Causa  angina, crises de azia, insônia, refluxos,  pois se tomado à noite, a cachaça tende a relaxar o esfíncter, permitindo que o ácido suba ao esôfago. Não é recomendado em casos de úlceras gástricas, por causar danos à mucosa que reveste internamente o estômago, predispondo o organismo para o desenvolvimento de câncer do trato digestivo superior e inferior, próstata, mama e cólon e reto, ajudando a disseminar as células cancerígenas, Causa cirrose hepática, problemas psicológicos, psiquiátricos, neurológicos, não raro  evoluindo para o delirius tremens.


                                    



                            A CANA DE AÇÚCAR

HISTÓRICO

A cana-de-açúcar é originária da Índia e de outras regiões  do sul e sudeste asiático. Há muitos séculos os indianos moem a cana para obter o suco que é deixado  em repouso até ficar sólido. Da Índia a cana foi levada à Pérsia. No ano 600 d.C., os árabes invadiram a Pérsia e levaram a cana para a Arábia, com a expansão muçulmana. Quando os árabes conquistaram a Espanha, a cana foi plantada nas cidades de Granada e Valência. A produção de açúcar era tão pequena  que era vendido, em gramas, nas boticas.
Da Espanha, foram  trazida por Cristóvão Colombo, em 1493, canas da variedade Crioula, híbrido entre a  S. officinarum e a S.barberi, para as terras recém-descobertas do Novo Mundo, as chamadas Índias Ocidentais. A colonização começou em 1530 com o cultivo do açúcar iniciando em 1532  em São Vicente e, nos anos seguintes para a Bahia e Pernambuco. De acordo com Gabriel  soares, em seu tratado descritivo, assegura que foi na Capitania de Ilhéus onde primeiro se cultivou a cana, trazida das ilhas da Madeira ou cabo Verde.
Além do Brasil a cana foi levada para Cuba, México, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Em 1590, havia seis engenhos ou moendas em São Vicente, trinta e seis na Bahia e sessenta e seis em Pernambuco. A primeira moenda de Pernambuco , nos subúrbios de Olinda, foi instalada por Jerônimo de Albuquerque, que recebeu  a propriedade em 1534 do seu cunhado, o donatário Duarte Coelho.  Cerca de 40 navios deixavam anualmente as costas brasileiras abarrotados de açúcar. Em 1600 o Brasil já possuía 129 engenhos.  Menos de um século foi  necessário para a produção de açúcar tornar-se de grande importância mundial e os portugueses  seus maiores produtores, substituindo a indústria extrativa do pau-brasil.
E o açúcar se tornou o mais importante elemento do comércio exterior, sendo o Brasil a principal região tropical exportadora de açúcar para o mundo. Durante o século XVII o Brasil forneceu  a maior parte do açúcar consumida na Europa.
O açúcar foi a base da economia do Nordeste, na época dos engenhos, utilizando a mão-de-obra escrava, inicialmente indígena e depois de origem africana, utilizada até o fim do século XIX.
A produção do açúcar aumentava e, da mesma forma crescia  a riqueza de  Pernambuco . Essa riqueza  atraiu os holandeses  e, durante a invasão , o Conde Maurício de Nassau empregou grandes esforços para desenvolver de maneira mais racional a cultura da cana e consequente produção de açúcar. A expulsão dos holandeses em 1655 privou o Brasil do capital dos produtores holandeses, dos seus escravos, seu conhecimento prático e técnico.
Com a partida dos holandeses  e consequente redução do número de engenhos, a produção caiu de 100 milhões de libras esterlinas para oitenta milhões.
A maior parte dos holandeses expulsos estabeleceram-se nas  Índias Ocidentais, onde se entregaram no cultivo da cana, com grande sucesso.
A concorrência das Índias Ocidentais não foi o único entrave ao progresso  da produção de açúcar no Brasil. Havia uma causa interna de grande importância: a descoberta das minas de ouro e pedras preciosas em Minas Gerais, o que proporcionou uma intensa migração da população abandonando o cultivo da cana, principalmente em Pernambuco e na Bahia.
O açúcar ainda se manteve como produto importante, mas já não  como principal em fins do século XVII e  início do XVIII.
A política da economia continental de Napoleão Bonaparte que incentivou o cultivo da beterraba para  obtenção de açúcar desferiu um grande golpe na  produção açucareira do  Brasil. Na mesma época, no entanto, a destruição das safras de cana devida à uma rebelião dos escravos e à crescente importância dos Estados Unidos, como um novo mercado, trouxeram uma decidida elevação para os preços do açúcar, produzindo um renascimento da produção brasileira, principalmente em Pernambuco, Em 1822, a produção de novo excedeu à registrada no começo do século XVIII.
A revolução tecnológica açucareira foi seguida pelo desenvolvimento das ferrovias em todo mundo, entretanto o Brasil por não possuir uma rede ferroviária não conseguiu ajustar-se   ao novo desenvolvimento mundial; somente no século XVII o governo brasileiro dispôs-se  a estimular a introdução do sistema ferroviário Central do Brasil.
A abolição da escravidão  em 1888 influiu sobre a produção de açúcar, tal qual a corrida pelo ouro no século anterior. Os escravos deixaram as plantações e o Norte que não estava preparado para substituir o trabalho servil pela vinda de imigrantes, impediu-o de competir em condições de igualdade com seus concorrentes no mercado mundial. A exportação despencou, mas a I Guerra Mundial trouxe um novo alento à velha indústria, aumentando consideravelmente as exportações, durante de pois dela, atingindo o ponto culminante em 1922, quando o açúcar começou a ser produzido em usinas.

    A  CANA-DE-AÇÚCAR NO MARANHÃO

O açúcar foi um dos primeiros  produtos do Maranhão. Antônio Muniz Barreto, nomeado procurador da Fazenda, estabeleceu  em 1622 os primeiros engenhos de açúcar na ribeira do Itapecuru. No tempo da invasão holandesa (1641-44) há existiam naquela região  cinco engenhos aos quais se somaram seis pelos batavos, e um outro no Araçagy. Entretanto a produção maior era de aguardente e algum açúcar para consumo próprio. Em 1706, através de uma Carta régia foram abolidos os molinetes de aguardente.  Em 1722, nas fertilíssimas terras do Mearim os tr6es engenhos existentes foram abandonados com receio de agressões por parte dos índios.
Em outras regiões foram instalados engenhos que produziam o açúcar bruto. A Balaiada que convulsionou o interior do Maranhão, principalmente as regiões do Mearim, perturbou grandemente a agricultura maranhense, quase toda perdida pela invasão, saque e destruição das propriedades pelos balaios.
Em 1896, o Maranhão contava com duas usinas centrais, 58 engenhos a vapor e 71 movidos à tração animal ou água, sem contar numerosas engenhocas de cachaça e rapadura.
Este produto experimentou  grandes vicissitudes impostas por várias circunstâncias, tais como a falta de melhoria dos equipamentos, a escassez de capital, a falta de técnicos, contribuindo o espírito rotineiro dos  senhores de engenho que persistiam no fabrico do açúcar bruto e finalmente a extinção do tráfico de africanos, seguida pela abolição da escravidão.
Os engenhos maiores e mais importantes do Maranhão foram:  Engenho  São Bonifácio, fundado pelos Jesuitas, junto à Missão  de N. Sra. da Conceição em Maracu (Viana); Engenho Central de São Pedro e Usina Castelo, no vale do Pindaré; Usina Joaquim Antônio no município de Guimarães; Engenho d’Água próximo a Caxias e Usina Aliança, no município de Cururupu.
Durante cerca de 250 anos manteve-se o cultivo da variedade Crioula, sendo então substituída pela S. officinarum, a nobre, com variedade Bourbon.
                           
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Visando à produção do etanol, o Brasil voltou a ser o maior cultivador da cana-de-açúcar, seguido pela Índia, China, Tailândia, México, Paquistão e Itália.  A cana foi a base econômica de Cuba até umas duas décadas atrás, quando perdeu o seu principal mercado: a União Soviética. Outros países de certa importância, onde o açúcar é o principal produto de exportação no Caribe são: Jamaica e Barbados. No continente africano destacam-se a África do Sul, Moçambique e ilhas Maurício.
No Brasil, os maiores estados produtores  estão na Região Sudeste, respondendo  por 64,5%, seguidas pelo Centro-Oeste, com  13,5%; Nordeste, 9,59% e Norte 0,29%.
A cana-de-açúcar não é comercializada in natura, e sim seus derivados: açúcar, álcool anidro, etanol hidratado, aguardente. Restritos ao consumo interno: o caldo ou garapa usado para fazer cachaça, o álcool e o rum; a massa escura para o açúcar mascavo  e a rapadura. As folhas e a vinhaça  ou vinhoto são usados como ração animal e o bagaço na cogeração de energia elétrica.
A cana-de-açúcar não deve ser tratada como simples produto vegetal e sim como importante biomassa energética, base para todo agronegócio sucroalcooleiro.
Em 1975 foi criado o Programa Nacional do Álcool ou Pró- Álcool, o mais importante programa comercial de utilização de biomassa para produção mundial de energia, representando excelente substituto do combustível derivado do petróleo. O etanol é menos poluente em comparação aos combustíveis fósseis, como o díesel e a gasolina. Dentro de algumas décadas, com o esgotamento das fontes de petróleo, pode ser a única alternativa viável, por ser renovável, no fornecimento de energia.
A política nacional para produção da cana se orienta na expansão sustentável com base em critérios econômicos, ambientais e sociais.

      CARACTERÍSTICAS  BOTÂNICAS

Conhecida pela denominação avaxi, em guaraní, a cana-de-açúcar é uma planta pertencente ao gênero Saccharum, da família das Poáceas.  Faz parte do grupo das Gramíneas com mais de 5mil espécies, entre as quais o bambu, o milho, o sorgo, o arroz, a bananeira, chamadas plantas rizomatosas, por extensão do caule que une sucessivos brotos. É uma planta viva com talho aéreo fibroso, atingindo 2 a 5m de altura, de cor diversificada  dependendo da espécie e dividido em nós e entrenós, mais ou menos largos conforme a variedade.
A planta é constituída por raízes, talho, folhas e flores. As raízes fibrosas  têm a função de absorver as substâncias nutritivas do solo para servir de alimento para a planta; apresentam um sistema radicular fasciculado.
 Quando se planta uma estaca ou haste  desenvolvem-se raízes transitórias e definitivas ou permanentes.
O talho é a parte mais importante, constituíndo o fruto agrícola e nele se encontra armazenado o açúcar. É ereto, delgado, agradável ao tato e extenso, formado de entrenós que variam  de comprimento, grossura, forma e cor, de acordo com a variedade. Os entrenós estão unidos por nós, lugar onde se enxertam as folhas. Nos nós se encontram as gemas, importantes na propagação da planta. A medula no centro é formada por tecido esponjoso, muito rico em suco açucarado que pode ser extraído por diversos processos. Dos nós brotam as folhas amplexicantes, revestindo a haste de modo alternado; são dísticas, planas e lineares, lanceoladas, lineares, largas e agudas. Apresentam uma nervura central   saliente e bainha espinescente e aberta, formadas por lâminas de sílica.. A sua cor é verde, variando a tonalidade com a variedade da cana e o estágio de desenvolvimento da planta. Essas folhas apresentam dois tecidos fotossintéticos distintos.
A florescência aparece de forma panicular ou em espiguetes e que se desenvolve a partir do último entrenó. A forma varia conforme a espécie e serve como elemento de identificação. Sobre as espigas desenvolvem-se flores pequenas,  hermafroditas, que produzem frutos do tipo cariopse, ovóides, pequenos, nos quais são encontradas sementes férteis que permitem a obtenção de novas variedades, através de trabalhos genéticos, desenvolvidos nas estações experimentais.
As variedades diferem em suas características de floração: em algumas a floração se dá mais cedo, enquanto noutras é mais tardia; com floração abundante, outras sem florescência.
As principais espécies são: Saccharum officinarum, S. spontaneum, S, robustum, S. sinensis, S. barberi e S. eduli. As principais variedades cultivadas no Brasil são: crioula, caiana, cana rosa, fita, bambu, carangola, cabocla, preta. O rendimento varia e função da qualidade do açúcar produzido, para formação dos canaviais.
Dois componentes ecológicos são  fundamentais  para o cultivo da cana: o clima e o solo. O clima favorável deve ser cálido e úmido, com temperatura por volta de 23@C, embora se desenvolva melhor em climas subtropicais; os melhores rendimentos são obtidos em climas temperados.
A cana-de-açúcar é muito eficiente na conversão da energia solar em açúcar e fibras, porém requer adequada quantidade de água. O clima é também importante fator no processo da fotossíntese: com pouco calor,  raios solares e pouca chuva, o processo de fotossíntese é direcionado para a fabricação de açúcar no colmo. Com calor, chuvas e raios solares todo o processo da fotossíntese é direcionada para o crescimento da planta.

 O  CALDO  DA  CANA  NA  MEDICINA  POPULAR

A cana pode ser consumida in natura, descascando-a e cortando-a em roletes para serem mastigados ou pela obtenção do caldo ou garapa, por moagem.
Indicado para  afecções renais, aumento da lactação e combate  a insônia. Antidiurético, contra hipotensão, angina, envenenamento, úlcera das córneas, rachaduras dos seios, aftas, pneumonia, tuberculose, escarlatina. erisipela, cólera, febre e vômitos na gravidez.

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