A chanana é uma planta subarbustiva com singelas flores amarelas ou
brancas, vistosas e que nasce
espontaneamente nos canteiros de praças e avenidas, rachaduras de calçadas,
terrenos baldios, pastagens. Dispensa regas, podas, adubos, ou seja, não
demanda recursos para mantê-la sempre viçosa, por ser persistente, resistente,
forte, sendo por isso considerada daninha. É conhecida, também por flor de guarujá,
erva damiana, turnera de folha-de-olmo e albina.
Aqui em São Luis sofre
implacavelmente sob as roçadeiras dos agentes da limpeza pública, encarregados
da manutenção da grama, capim. Esse descalabro não acontece só aqui. Também em Fortaleza, a
prefeitura é inimiga da chanana. Em Natal, os intelectuais se reuniram depois
de muitas denuncias ao gestor municipal e a escolheram com a flor-símbolo poético
da cidade, para preservá-la, evitando a sua extinção.
Apesar de crescer espontaneamente,
ela pode ser cultivada, emprestando ao paisagismo uma visão agradável. Suas
flores só abrem pela manhã, com muita intensidade luminosa, fechando suas
pétalas a partir das 16h00.
A mais conhecida é Turnera
ulmifolia que pertence à família das
Turneráceas. Herbácea, atinge entre 30 e 50 cm de altura com flores amarelas e
simples, que se abrem durante todo o ano, sempre na parte da manhã. A raiz é subterrânea,
axial, pivotante, não possuindo tipos especiais. O caule é herbáceo, sublenhoso,
ramificado com ramos eretos cilíndricos, esverdeados e lisos, sem
desprendimento e adaptações, As folhas simples, elípticas, pubescentes, pecioladas, face adaxial pilosa e
rugosa por terem nervuras salientes, ápice agudo, base cuneada, apresentando um
par de necticinas extraflorais, margem serreada. Os ramos são delicados e
difusos. A sua filotaxia é alterna espiralada, sendo a presença de glândulas de
turnera a característica marcante do grupo. A prefloração é contorcida, sendo a
flor ictinomorfa, heteroclamídia, apresentando estípulos. O fruto é capsular
seco, ovário súpero e tricapelar, sendo a placenta parietal. As flores são brancas ou amarelas com a base
púrpura, solitárias, axilares em racemos, com pétalas espatuladas, odoríferas
lembrando a cânfora. Multiplica-se por estaca
ou sementes carregadas pelo vento e que germinam espontânea e facilmente. São
persistentes, apresentando grande resistência, beleza e fortaleza, resistindo
às intempéries. Medra em solos pobres, formando grandes maciços.
As espécies T. guyanensis e T.
melochinoides apresentam flores
brancas; A espécie T. difusa foi muito usada pelos Asteca
como remédio contra a impotência; T.
opifera é de porte pequeno com
flores fasciculadas, amarelas, dispostas em panículos. Em Santa Catarina a
espécie mais comum é a T. subulata.
Os agricultores as consideram
invasoras de terrenos cultivados, portanto, daninhas, pois inibem o crescimento
de outras plantas.
Há uma variedade hortícola “Elegans”
com flores marrom-arroxeadas na base.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Nativa das Guianas é encontrada, no
Brasil, do Amazonas ao Nordeste e, também nos estados de Minas Gerais e São
Paulo.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
- INDICAÇÕES
Possui ácido tânico, cafeína,
damianina, óleo essencial, pepsina, princípios amargos, resina, tanino. As suas
folhas ou das raízes são usadas para chás
e apresentam propriedades adstringentes,
albuminúricas, antidispépticas, balsâmicas, emenagogas, emolientes. Usadas para
urina solta, contra a albiminúria, antioxidante, tônico para os nervos, afrodisíaco, sendo estimulante dos órgãos
sexuais. Usadas, também contra a acne, tumores, diabetes, leucorreia, amenorreias
e processos inflamatórios do sistema respiratório, sendo excelente
expectorante.
Algumas espécies são usadas como
antidepressivas, calmantes e antinflamatórias, devido à produção de substâncias aleloquímicas, sendo muito utilizadas na medicina popular e na
agricultura.
A essência floral é indicada para
pessoas instáveis que se fecham dentro de sí mesmo, devido a efeitos
psicoativos. O óleo essencial inibe o crescimento de fungos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermorphyton.
Apresenta grande potencial
biotecnológico e medicinal. Ultimamente vem sendo usada, sob a forma de tintura,
para aumentar a resistência do organismo.
Na Europa a espécie T. afrodisíaca
é usada como tônico para os nervos. No México é empregada para aromatizar
licores.
Por suas propriedades farmacológicas
foi incluída na Farmacopeia Americana.
Bastante conhecida pelos ”raizeiros”
que vendem para preparar xarope e chá, assim como pelos índios Tapeba, do
Ceará.. As partes usadas são as folhas e as raízes que devem ser coletadas, higienizadas,
dessecadas a 37°C em estufa ou processadas no moinho de facas O chá deve ser
feito pesando-se 37g da planta para 250ml em água quente; filtrar e decantar o
pó antes de tomá-lo.
SEU EMPREGO COMO
COADJUVANTE NO TRATAMENTO DE AIDS
E CÂNCER
Ao contrário das outras plantas
usadas em medicina popular, a indicação da chanana resultou de pesquisas feitas
pela venezuelana Alba Menezes que fazia reiterados pedidos à dra. Terezinha
Rego, professora aposentada de Botânica do Departamento de Farmácia e atual Coordenadora
do Programa de Fitoterapia da Universidade Federal do Maranhão. Intrigada e
interessada, a prof. Terezinha impôs uma condição para enviar-lhe a planta
solicitada. A pesquisadora venezuelana, trabalhava desde 1980, administrando
chá das folhas da Turnera a oito
pacientes aidéticos. Também determinara seus princípios ativos e propriedades farmacológicas. Após trabalho em
equipe, durante um mês na UNICAMP, em 1982, as duas pesquisadoras constataram que a chanana causava mudanças nos elementos
figurados do sangue e estimulava as suas funções quando combinadas com AZT, em
portadores de AIDS. Por falta de verba a pesquisa foi interrompida. Em 2013 a
pesquisadora Márcia Aparecida Antonio, da UNICAMP, determinou a fração ativa da planta e suas propriedades
anti-inflamatórias no extrato hidroalcoólico bruto.
Em 1990, dois portadores pediram à
prof. Terezinha que continuasse as suas pesquisas. A professora substituiu o chá das folhas, cuja fervura
provoca a evaporação dos insumos responsáveis pelas propriedades terapêuticas,
pela fabricação de uma tintura, tendo como veículo álcool de cereais que se conserva por mais tempo, preservando os
princípios ativos
O uso da tintura de chanana não
substitui o coquetel de drogas usadas pelos aidéticos, funcionando como
coadjuvante na melhoria da qualidade de vida dos pacientes, graças à capacidade
de restaurar as forças, aumentando a imunidade, isto é, a resistência do organismo debilitado às
doenças oportunistas. Atualmente a prof. Terezinha faz o acompanhamento de
trinta pacientes aidéticos.
A turnera é também, usada para combater os efeitos colaterais de
pacientes portadores de câncer, utilizando a radioterapia e quimioterapia, além
das drogas específicas. A primeira paciente
testada foi em 2008, era uma psicóloga portadora de um câncer cerebral maligno
que tinha dificuldade de dormir, inchaço e dores nas pernas, diarreia, enjoo,
instabilidade emocional, disfunção motora leve, baixas taxas de leucócitos e
outras células relacionadas do sangue. Melhorou sensivelmente reduzindo os
efeitos colaterais
. Embora
apresente grande potencial farmacológica, a xanana sob a forma de tintura, age,
exclusivamente, aumentando a imunidade dos indivíduos portadores de AIDS,
evitando e combatendo as doenças oportunistas, consequentes da baixa resistência
orgânica. A prof. Terezinha vem acompanhando o tratamento de 30 aidéticos, associando
as drogas específicas com o uso da tintura das folhas da planta, com excelentes
resultados.
Frascos com 100ml da tintura são
vendidos para todo o Brasil, através do Herbário Ático Seabra, localizado no
Campus do Bacanga – UFMA.
- Editor: Thiago Silva Prazeres
- Editor: Thiago Silva Prazeres
Sempre me perguntei por que não usavam essa linda plantinha para ornamentação dos canteiros por conta da sua resistência ao nosso clima. Achei linda a branquinha. Acho que devemos também fazer um movimento pela sua preservação.
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