PARTE I
ETIMOLOGIA
Os vocábulos algodão em português e algodón,
em espanhol, são derivados do árabe,
pois a planta foi introduzida na Península Ibérica pelos árabes, a partir da
primeira metade do século X, com mudas trazidas da Síria. Do mesmo étimo cotón, registrado no século XII, dando cotton, em inglês. A planta é denominada
algodoeiro. A palavra árabe se impôs em algumas línguas modernas, por força do
comércio que realizavam com o produto têxtil, em fibras, fios ou tecidos no
Ocidente.
INTRODUÇÃO
Fibra produzida pelo algodoeiro,
planta da família das Malváceas, do gênero Gossypium.
As fibras crescem em quantidade razoável, aderidas às sementes e encerradas
numa cápsula, também chamada capucho, que se abre ao amadurecer.
Atualmente a fibra do algodão é a
mais utilizada na indústria têxtil, pois além de ser mais barata, não requer
tratamento químico oneroso e também por ser lavável e mais resistente do que a
lã.
A semente do algodão é utilizada para
extração de óleo comestível e pela farinha, torta ou borra que resulta da moagem
de seu resíduo e é usada na alimentação do gado e como fertilizante.
HISTÓRICO
A origem da cultura do algodão
remonta à Pré-História. Escavações de ruinas revelaram que essa planta já era
cultivada e seu produto aproveitado pelo homem para confecção de tecidos entre
3.500 e 2.500 a.C., na Índia; Huaca
Prieta, no Peru; gruta de Coxcatlán no México.
A planta, de acordo com documentos
antigos, é originária da Índia. Através do Irã e da Ásia Ocidental expandiu-se
rumo ao Turquestão e Transcaucásia; também para a parte oeste da Ásia Menor.
Quanto à China, há divergências acerca da antiguidade do uso
do algodão. Em documento de 2.200 a.C., há informações sobre tecidos feitos com fibras de algodão.
Há referência a um Gossypium Nanking, o que explica que naquele país
surgisse a ideia de sua origem e aproveitamento. Há historiadores que
afirmam que os chineses teriam recebido
a planta da Índia, seu mais provável habitat,
onde era conhecido pelo nome de karpasi,
muito antes da Era Cristã, por menção feita nos códigos de Manu, no século VII a.C.. Heródoto e outros
historiadores da Antiguidade fazem referências a ele.
Consta que também foi cultivado na Grécia e em Malta nos
últimos tempos que precederam a era cristã.
O fato mais coerente é de que algodão
é conhecido desde 3.000 anos a.C.. Quinze séculos antes da nossa Era, já era
cultivado na Índia e se fabricavam tecidos com suas fibras. Mil anos mais
tarde, os chineses teciam panos de algodão, Nessa época não era conhecido pelos
europeus, que usavam lã, como fibra têxtil comum. Os gregos e depois os romanos
o conheceram através das expedições de Alexandre da Macedônia (século IV a.C.)
em suas guerras na Ásia e seu uso foi extremamente restrito durante longo tempo. Em sua marcha para o Oeste chegou, no século
V a.C., ao Alto Egito onde produziu sua
melhor espécie, a de fibras longas. Há notícia de que os tecidos eram ali
conhecidos desde os tempos remotos (sendo já aperfeiçoada a técnica de
tecelagem de linho) e afamados os panos de linho, 2.000 anos a.C.. As faixas de
algodão que envolviam as múmias das 18° à 20° dinastias e que se acham
atualmente no museu têxtil de Lyon, na França, são mais finas do que os
modernos tecidos mecânicos. Na Europa o algodão foi introduzido pelos árabes
quando dominaram a Península Ibérica, tendo sido cultivado inicialmente em
Valência, na Espanha, por volta de 970 e logo depois, no oeste europeu onde a
arte de fiação e da tecelagem da fibra era feita de forma rudimentar. Desde o
começo da Idade Média, tornou-se conhecido em praticamente toda a Europa. Há
também, quem assegura que os algodoeiros plantados na Europa, tiveram duas
rotas: Valência, na Espanha e Sicília, na Itália, também ocupada pelos árabes,
do século IX ao XI. Dali atingiu os Bálcãs, introduzido pelos turcos.
Na época dos descobrimentos, os
navegadores espanhóis, portugueses e italianos já se achavam familiarizados com
o algodão. Surpreenderam-se, no entanto, ao constatar que os nativos não
só cultivavam algumas espécies de
algodoeiro, mas sabiam extrair-lhes a fibra, fiar e tecer por processos
primitivos. Se os espanhóis que
colonizaram a América já o encontraram,
acredita-se que a planta tenha sido introduzida por migrações pré-históricas.
Cristóvão Colombo encontrou o algodão
na ilha Guanahani e, nas expedições feitas na América Central e de uma região
meridional, do México ao Peru e em várias outras áreas os espanhóis encontraram
algodoeiros. Em ruinas de escavações pré-históricas do Arizona, foram
encontrados tecidos e fio de fibras. Era difundido entre as civilizações
Asteca, Maia e Inca. No Peru foram encontrados tecidos artísticos de algodão em
alguns túmulos, presumindo-se terem sido fabricados em data anterior ao período
incaico, sendo um indício do algodoeiro, naquela região.
CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS
As folhas são grandes, pecioladas,
cordiformes, com consistência coriácea, em algumas variedades; podem ser
recortadas com 3, 5, até 7 lóbulos. As flores são hermafroditas, axilares,
isoladas ou não, nas cores creme, quando recém-abertas, tornando-se róseas e
púrpuras, com mancha púrpura na base interna. A abertura se dá a cada 3-6 dias.
Os frutos verdes são chamados maçãs; após a abertura, capulhos ou capuchos. As
cápsulas são deiscentes com 3 a 5 lojas, cada uma encerrando 6 a 10 sementes,
envolvidas numa fibra felpuda, chamada lintes, geralmente branco; mas existem
variedades em que são castanho ou verde.
A evolução se dá de 120-150 dias para as espécies de fibras
curtas e de 150-180 para as longas.
Os botânicos discordam na
classificação do algodoeiro. Alguns admitem a existência de oito seções sendo
as mais importantes a Herbácea e a Hirsuta. Quase todas as variedades
cultivadas no Brasil pertencem ao Gossypium
hirsutum. As variedades anuais da
espécie são cultivadas no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e em zonas do Meio-Norte e
Nordeste. Faz parte dessa espécie o mocó
ou Seridó, variedade perene,
xerófila, de valor excepcional, encontrada por acaso em estado silvestre e
atualmente cultivada nas áreas mais secas do Nordeste. Produz a melhor fibra
brasileira e uma das melhores do mundo. Possui em média 36 a 38 mm de
comprimento e é muito forte e sedosa. A linhagem mocó-paraiba produz
fibras de 45mm, fato excepcional, além de ser resistente ao bicudo. Com o Seridó fabricam-se os
melhores tecidos de algodão. Outra variedade cultivada no Nordeste é o rim de
boi – G. barbadense - espécie perene,
de fibra curta, áspera e inferior.
As fibras são classificadas, pelo
comprimento, em quatro tipos: inferiores (menos de 22mm); curtas (22 a 28mm);
médias (28 a 34mm) e longas, com mais de 34mm.
São também classificadas e biológicas
ou orgânicas, quando não são usados pesticidas no controle das doenças que afetam
o algodão, utilizado na fabricação de lenços, echarpes, quimonos. Nas espécies
geneticamente modificadas utilizam-se
menos de 80% desses produtos.
TIPOS DE ALGODÃO
O algodoeiro cultivado há
séculos na Índia, China e países
vizinhos é uma variedade asiática, não cultivada em outras regiões,
apresentando fibra curta e diferente dos algodoeiros do hemisfério ocidental. O
algodão das Antilhas é da variedade Sea
Island, que produz uma fibra longa e
resistente, sementes negras facilmente descaroçáveis. Entretanto é muito
vulnerável aos ataques do bicudo (Anthonomus
grandus) e outras pragas como a
lagarta rosa, a broca de haste, o pulgão, o percevejo de renda, ácaros, fungos
e bactérias e até vírus.
Uma variedade bastante parecida com o
Sea Island é o algodão egípcio, nativa na América Central e atualmente
cultivada no Egito. Essa variedade também se cultiva no sudoeste dos EUA e na América do Sul.
Os colonizadores ingleses encontraram
na região leste dos EUA um tipo de algodão chamado Upland, de fibras mais longas do que a Sea Island. A grande
quantidade de sementes e sua forte aderência às fibras impediram que essa
variedade se difundisse no passado. Contornado esse problema tornou-se a mais
cultivada no mundo.
CULTIVO
DO ALGODÃO
O algodoeiro, arbusto perene de
origem e aclimado ás regiões subtropicais semiáridas, foi modificado pelo homem
que criou variedades anuais adaptadas a condições climáticas e latitudes
diversas.
O algodoeiro é uma planta de clima
quente que não suporta o frio. O período vegetativo é longo, variando entre
cinco e sete meses, dependendo da
intensidade de calor recebido, daí ser
imprescindível períodos longos e quentes de verão e bastante úmidos. Na maturação, quando as cápsulas se rompem, a
chuva se torna prejudicial. Um clima quente com duas estações (seca e chuvosa)
oferece as condições naturais propícias ao cultivo do algodoeiro.
Com o objetivo de dar ao algodoeiro
um clima mais favorável, tem sido plantado nos desertos e semidesertos, como o
Egito e o Sudão, fornecendo-lhe a água necessária, através de vários processos
de irrigação.
O algodoeiro é uma planta exigente quanto aos tipos de
solos, exigindo a renovação dos mesmos mediante o uso de fertilizantes, a
rotação de culturas ou simplesmente, permitindo o descanso dos solos por certo
período.
Durante a fase de crescimento, o
algodoeiro está exposto a inúmeras adversidades, como a carência ou excesso de
chuva e, principalmente pelo ataque da lagarta rosada e do bicudo.
O cultivo do algodão demanda
mão-de-obra numerosa. Nas propriedades de médio porte e nas grandes, o emprego
de maquinário especializado atenua esse problema, principalmente na fase do
preparo do solo e plantio. A colheita demora várias semanas, pois nem todas as
cápsulas se abrem ao mesmo tempo, o que obriga os trabalhadores a percorrer os
algodoais várias vezes, para colher as
cápsulas maduras.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
DO
ALGODÃO
A
quase totalidade das regiões algodoeiras
está situada entre 25° e 30° de
latitude Sul. Entretanto há grandes zonas produtoras fora desses limites. Na
Ásia, as zonas algodoeiras da China e da Rússia, estão situadas em latitudes
mais elevadas.
No continente americano os principais
países produtores são: os Estados Unidos, o México o Brasil, o Peru e a
Argentina. Nos EUA, a maior área algodoeira estende-se pelos estados do Sul, da
faixa atlântica até o Texas. Em escala menor as zonas algodoeiras se concentram
no Novo México, Arizona e Califórnia. No Brasil, os estados do Nordeste e São
Paulo constituem as duas principais áreas produtoras.
Na Ásia, a faixa algodoeira se
estende desde a Turquia até as áreas de solos ricos da China. Também no
Usbequistão onde foram implantados projetos de irrigação. Na Índia a principal
zona de cultivo fica no Decan e na China, ficam localizadas ao longo dos vales
fluviais e no litoral do país.
Na África, uma zona algodoeira, mais
ou menos contígua, estende-se do delta do Nilo até Moçambique. Nos demais países como Sudão, Uganda, Quênia,
Tanganica, os algodoais se apresentam em
áreas isoladas. Outros países como a República do Congo e a Nigéria merecem
algum destaque.
Na Europa o algodão é encontrado
apenas na Bacia do Mediterrâneo, destacando-se a Grécia e a Espanha.
PRODUÇÃO INDUSTRIAL
A entrada do algodão na economia começou com a manufatura de
tecidos no século XVIII. Na Inglaterra, em 1738, John Kay iniciou a era das
grandes invenções, com a sua lançadeira mecânica. James Hargreaves, em 1767
inventa a fiadora contínua. Em 1771, Richard Arwright surgiu com a sua roda de
fiar ou fuso mecânico. Com seu invento, formou uma bem sucedida indústria
têxtil e, a seguir, Edmond Cartwright com o tear automático. Nos EUA, em 1791,
Eli Whitney inventou a máquina de descaroçar algodão. Esse engenho descaroçava
660 kg de algodão em uma hora, tarefa que um escravo levava dois dias para
executar. Mais tarde apareceu a máquina a vapor.
Graças a essas inovações, houve um extraordinário impulso à utilização do algodão, no decorrer do
século XIX. Em 1801, a indústria de vestuário consumia na Europa, 78% de lã,
18% de linho e apenas 4% de algodão. Um século mais tarde, as proporções eram:
20% de lã, 6% de linho e 74% de algodão.
O algodão desempenhou papel
importante na transformação das estruturas econômicas, políticas e sociais da
América do Norte.
A maior parte do algodão produzido no
mundo é utilizada pelos próprios países produtores. Os excedentes exportáveis,
no entanto, mantem importantes indústrias têxteis que não cultivam o algodão,
tais como a Inglaterra, Alemanha, França, Itália, assim como o Japão e o Canadá.
Os principais países exportadores são os EUA, Egito, Brasil, Paquistão, Sudão e
Peru.
O ALGODÃO NO BRASIL
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, o algodão já era cultivado, fiado e tecido pelos silvícolas que confeccionavam as suas redes e algumas peças de indumentária. Empregavam, também, em tochas incendiárias, presas às setas. Era o algodão perene – G. barbadense var. brasilense, também chamado crioulo, inteiro ou rim de boi. Em tupi a palavra amandyn significa que dá novelo ou algodão. Em carta datada de maio de 1.500, e dirigida a D. Manuel, o Venturoso, Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, referiu-se a índios, mulheres e meninos atados de panos. Gabriel Soares de Sousa faz referência a essa planta em seu famoso livro.
A cultura do algodão teve
desenvolvimento lento no Brasil. Era o que se chamava “ lavoura de pobre”. A
agricultura não se desenvolvia, principalmente diante das ordenações da
Metrópole contra as manufaturas, sendo o mercado de panos atendido pela
Inglaterra através de Portugal.
Na época colonial, o algodão era
cultivado na região norte, principalmente na Bahia, Pernambuco e Maranhão,
inicialmente para suprir as necessidades locais e, gradualmente para fornecer
para outros países. O algodão começou a ser exportado no século XVI, contribuindo
para que a Índia perdesse o monopólio dos tecidos de algodão. No século XVIII,
a cultura algodoeira tomou grande impulso no Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco
e Bahia. Em 1778 foram despachados para
Lisboa os primeiros fardos de algodão, de Fortaleza, através da Bahia. Já no
ano de 1805 saiu o primeiro navio totalmente carregado do produto. No começo do
século XIX as exportações anuais chegavam a 600 kg. A lavoura do algodão
continuou crescendo até 1822, quando se verificou a queda de preços nos
mercados europeus. Até a independência, os Estados Unidos, como colônia,
dependiam do Reino Unido que lhes impunha condições no mercado de algodão.
Depois os EUA pretenderam tomar a posição da Inglaterra, elevando os preços e
desenvolvendo suas indústrias de fiação e tecelagem, o que levou o Reino Unido a
incrementar a produção algodoeira no Egito, no Sudão e na Índia. A Guerra Civil
dos EUA ou Guerra da Secessão, que durou de 1861-65, com a queima das grandes
algodoais nos estados sulinos, desorganizou a produção norte-americana,
mudando a estrutura rural, agravada pela abolição da escravidão. Na
oportunidade a produção brasileira,
estimulada pelos altos preços cresceu de maneira expressiva. A partir daí
aumentou o interesse do Reino Unido pelo algodão brasileiro levando à expansão
dos algodoais no Nordeste em direção ao Sul até o Paraná e para o centro de
Goiás. O cultivo do algodão cresceu para
atender a demanda mundial e de maneira tão rápida que só o estado do Ceará
exportou entre os anos 1864-65, 1.000kg de algodão, atingindo mais de 8
toneladas entre 1871-72.
O algodão trouxe grande prosperidade
para os plantadores brasileiros que naquela época utilizavam o braço escravo. Ao
invés de incrementar as suas lavouras, desperdiçaram as riquezas ganhas sem
esforço e permitiram que os
norte-americanos recuperassem a antiga preponderância.
Essa bolha econômica estourou, após a
guerra, quando os EUA retomaram as exportações, principalmente para os ávidos e
insaciáveis teares das fábricas têxteis
inglesas.
Quando se deu a Abolição da
Escravidão, em 1888, todos os cultivadores abandonaram o algodão no Nordeste e
desde esse tempo o produto foi cultivado em pequena escala, para suprir as
necessidades locais e fornecer matéria-prima para as dezenas de fábricas
têxteis implantadas no fim do século XIX. O Nordeste fornecia para as
indústrias do Sul e Sudeste, graças às fibras longas exigidas pelos bons
tecidos.
Até
1875, o Brasil continuava a ocupar o 3° lugar entre os países
exportadores de algodão. Nas últimas décadas do século XIX a produção decresceu
e em algumas regiões desapareceu completamente, devido à corrida para a
extração da borracha na Amazônia, passando o Brasil a ocupar o 6° mercado
exportador.
Assim como ocorreu com o açúcar,
depois de uma primeira fase áurea no mercado mundial, declina, passando a ser
considerado apenas um mercado de emergência, para suprir o mercado externo
quando por uma deficiência de suprimentos eleva os preços e permite a
competição de produtos de custo elevado.
A 1ª Guerra Mundial (1914-18) que no
início provocou pânico no comércio externo do produto, influiu
consideravelmente na industrialização do Brasil; e as fábricas de tecidos, com
grandes encomendas a partir de 1915, exigiram maior volume do algodão em pluma,
a tal ponto que vários cafeicultores chegaram a derrubar seus cafezais para cultivarem
área o ouro branco.
Essa guerra confirmou a antiga
assertiva que somos apenas um mercado para suprir emergências. O comércio de
algodão subiu vertiginosamente, estimulado pelo alto nível dos preços da guerra,
ocorrendo em 1922 o ponto culminante das nossas exportações, quando nosso país
exportou quase 40.000 ton., baixando para 10.000 em 1928. E novamente se
assiste a mesma situação anterior, diminuição das exportações, compensadas,
todavia, pelo consumo interno, para fornecer o algodão para alimentar nossa
incipiente indústria têxtil.
Atualmente a produção de algodão no
mundo é em torno de 20 milhões de toneladas, cabendo ao Brasil uma cota de
700.000 ton. e o 5° lugar no mercado exportador.
O Brasil tem duas grandes zonas
algodoeiras: uma no Nordeste, alongando-se do Rio Paraguaçu, na Bahia ao Ceará,
invadindo o Piauí e o Maranhão. Outra em São Paulo, prolongando-se para o norte
do Paraná e no Triângulo Mineiro. Há uma terceira zona, no setentrião mineiro e centro-sul baiano e outras pequenas
áreas isoladas, com grande potencial até o Acre por seu clima quente, com uma
estação úmida, seguida de uma estação seca, favorável ao cultivo do algodão. No
Nordeste usam-se as expressões herbáceo e arbóreo para designar espécies anuais e perenes,
respectivamente.
SUB-PRODUTOS DO ALGODÃO
Além da fibra retirada das cápsulas
do algodoeiro, as sementes começaram a ser exploradas a partir da década de
1970. Elas contém, em média, 17 a 23% de óleo e 15 a 21% de substâncias
azotadas.
- Línters, espécie de penugem obtida
por um processo secundário de deslinteração e utilizada para encher colchões,
travesseiros e almofadas; também para tecer certos tipos de tapetes e na
produção de celulose, matéria-prima de aplicação variadíssima na indústria têxtil
(rayon e algodão artificial), na indústria de verniz e outras. O línter,
matéria básica para a fabricação de absorventes e para fins cirúrgicos. Na
indústria bélica é usado na preparação de pólvora, pois dele se obtém explosivos
energéticos.
- Óleo do caroço de algodão – após a
desodorização do óleo obtido pelo esmagamento das sementes, é usado e
recomendado na alimentação humana. Também das sementes se extraem alguns óleos
para usos industriais, inclusive para lubrificação. No Brasil as primeiras fábricas
de óleo apareceram no século XX.
- Tortas e resíduos – a torta do
caroço do algodão resulta do processo de extração do óleo e é destinada à
alimentação de animais ruminantes estabulados ou não. Nutritiva, apresenta
altos teores de nitrogênio, cálcio,
ferro, magnésio, enxofre, manganês, fibra, proteínas, fósforo. É também,
empregada como adubo em terras empobrecidas, pela agricultura intensiva do
algodão. Usada como matéria-prima na fabricação de sabão.
O "Algodão" é um tema muito interesante e rico para pesquisas, sobretudo para nós maranhenses, e o teu texto Moema, de muita leveza e agradável leitura.
ResponderExcluirTenho visto camisetas e demais peças feitas com algodão colorido que dizem já ser colhido assim. É verdade?
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