No sítio do mano José Paulo, no Araçagi há dois frondosos jambeiros ladeando o portão de entrada, tal como dois guardas. A espécie é a de frutos grandes e vermelhos. Dessa espécie também tive um pé no meu sítio, em Ubatuba, na estrada que leva a São José de Ribamar. Há uns 10 anos morei em um edifício no Renascença II e na frente, plantados na calçada 4 belos jambeiros que constituíam um espetáculo, à parte na época da queda de suas flores púrpuras. Com toda essa fartura de jambos à minha disposição eu nunca gostei da fruta. Aliás, lembro-me que há uns 25 anos a prof. Lea Fiquene Barbosa, do Departamento de Patologia da UFMA, levava-nos sacolas de jambos grandes e vermelhinhos.
De origem asiática, proveniente da Malásia, a fruta foi introduzido nas regiões tropicais americanas e africanas. A espécie Syzygium jambos, adaptou-se muito bem nas regiões Norte e Nordeste do nosso país, sendo usada na arborização de praças e avenidas, por sua copa perfeitamente cônica. Pertence à família das Myrtaceas, a mesma da jabuticaba, goiaba, pitanga, jamelão, eucalipto.
As árvores chegam a alcançar 15m de altura, copa cônica, densa com ramificação abundante. As folhas são opostas, pecioladas, grandes e glabras de cor verde-brilhante. As flores s branco, rosa ou rosa-púrpura são grandes, possuem quatro pétalas, com longos estames em número de 300, pistilo fino e verde no centro das flores; são aromáticas e melíferas. Os frutos piriformes, casca lisa e cerosa, podem ser esbranquiçados, amarelos, laranja-avermelhados, róseos ou vermelhos, dependendo da espécie. São crocantes e a polpa branca é esponjosa . No centro da fruta há uma concavidade com uma semente formada por vários embriões carnosos que se separam com facilidade. A frutificação se dá entre os meses de dezembro e abril.
As espécies mais conhecidas são: S. malaccense ou Eugenia malaccensis, com frutos vermelhos, adocicados, levemente ácidos. Quando as flores caem formam um belo tapete púrpura. O S. jambos, originário da Índia, é menor, floração abundante com flores brancas e delicadas com frutos esbranquiçados, de sabor fraco e sementes globosas. É o mais exótico e usado em arborização. Na espécie S. jambolona os frutos são rosados e mais comuns entre nós.
VALOR ALIMENTÍCIO
Rico em ferro, cálcio, fósforo, proteínas, umidade, carboidratos, fibras e as vitaminas A (betacaroteno), B1 (tiamina) e B2 (riboflavina). Cem gramas do fruto fornecem 50 calorias. Comido geralmente “in natura”, podendo ser usado na preparação de sucos refrescante e suculento lembrando o suco de melancia. Também usado na preparação de compota, sendo aferventados após a retirada das cascas e posteriormente cozidos em calda de açúcar fervente.
USO EM MEDICINA POPULAR
Laxante, peitoral aliviando a tosse, antiespasmódico, dor de cabeça e também no controle da diabetes. Pelo seu alto teor de ferro é usado nas anemias. O fósforo melhora o funcionamento cardíaco, combate o cansaço mental, pois estando em todas as células do organismo funciona como transmissor dos impulsos nervosos.
A raiz é usada para tratar prisão de ventre e catarros. As cinzas das cascas são usadas no tratamento das queimaduras.
O JAMBO NA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
É muito comum no Nordeste a expressão morena cor de jambo, para moças de pele clara e cabelos escuros.
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