Tamarindo ou tamarino é o fruto de uma planta – Tamarindus indica – originária das savanas africanas (África Tropical) e segundo outros pesquisadores, seria oriunda da Índia. No Brasil é encontrada nas regiões Norte e Nordeste.
O nome tamarindo originou-se do
árabe tams hind que significa tâmara indiana. A árvore é decorativa e chega a
alcançar 25m de altura. Pertence à família das Leguminosas, com tronco muito
ramificado com ramas curvadas, formando uma copa densa. Suas folhas são
compostas e sensíveis à ação das baixas temperaturas. As flores são
hermafroditas, amarelas ou avermelhadas, reunidas em pequenos cachos axilares
Os frutos são vagens oblongas e indeiscentes, com 5 a 15 cm, casca parda,
lenhosa, quebradiça, com 3 a 8 sementes envolvidas por uma polpa escura e
agridoce.
O cerne da madeira é duro, difícil
de trabalhar e resistente à ação dos cupins, sendo usado na fabricação de
móveis, brinquedos e na produção de
carvão.
VALOR ALIMENTÍCIO
Altamente calórico: cada 100g
fornece 272 kcal. Rico em vitaminas A, B1 e C e minerais como cálcio, fósforo e
ferro, assim como proteínas, lipídios e carboidratos.
Seu sabor característico agridoce, decorre dos elevados teores dos ácidos
tartárico e málico. Sua polpa conserva-se muito bem, desde que as cascas se
mantenham inteiras. Usada na preparação de geleias, sorvetes, cremes, licores, caldas e sucos; estes devem ser preparados
imediatamente antes do consumo, para evitar a fermentação que pode ocasionar alteração
no sabor e causar distúrbios intestinais,. Muito ácidos quando maduros, as pessoas preferem comê-los arientos ou de vez, isto é, próximo à maturação.
PROPRIEDADES MEDICINAIS
A polpa é laxativa, usando-se 50-100g
por litro dágua. Estimulante das glândulas salivares devido ao ácido tartárico;
usada, também, na preparação de xaropes. Suas folhas são aproveitadas como vermífugas
e as sementes como forrageiras.
Sob a forma de tisanas indicadas para
estados febrís, disenterias, irritação intestinal e cólicas hepáticas
NOSSA HISTORIETA
Era o ano de 1958, Anos Dourados na Música, nas Artes, no
Desenvolvimento do Brasil, cujos ecos chegavam até a nossa, ainda, acanhada
cidade de Pinheiro, através das matérias publicadas na revista O Cruzeiro, das
reportagens projetadas pelo Cinema dos Gonçalves antes do inicio dos filmes,
pelos bolachões que Aymoré levava em sua bagagem, nas férias, também ouvidos na
Voz Paroquial, contagiando-nos e
levando-nos a fazer parte desse processo.
Em 1956, a minha mãe já viúva há
quatro anos, casou-se com o poeta Abílio da Silva Loureiro, responsável pela
explosão poética-cultural que ocorreu a partir dessa época. O nosso semanário
Cidade de Pinheiro, em sua página cultural, publicava nossas crônicas e poemas: Aymoré,
Jurandy, Erasmo, Nair Amate, Tinche, Abraão, José Anastácio e outros mais velhos
como Carolina Moraes, Maria Quitéria
Cerveira, Leomar Veloso, Graça Moreira, Marita Gonçalves e até eu,
cometíamos os nossos sonetos e acrósticos.
O mundo era nosso, estávamos com
quinze anos e prestes a concluir o curso ginasial. Tudo era alegria, mas com um
sabor agridoce, como os tamarindos. Tudo que fazíamos mesclava a nossa euforia com
um travo de saudade, de melancolia, pois estávamos despedindo-nos de uma etapa
da nossa vida, para prosseguir em São Luis, os nossos estudos. Os bailes,
piqueniques, passeios na Faveira, festas religiosas, desfiles cívicos, em tudo, permeava um quê de nostalgia. Pobres de nós que sem
conseguir enturmarmo-nos com as novas colegas da capital, frequentando seus
clubes e tertúlias, namorar os cadetes das Agulhas Negras, voltamos a badalar
em Pinheiro, com mais vontade e savoir-faire.
Pois bem, antes da conclusão das
aulas, nos primeiros dias de outubro, enquanto o Papa Pio XII agonizava, após a
aula de Educação Física com o prof. Antônio Carlos Guterres, passamos pela casa
do sr. Carrinho Pimenta, numa esquina, quase em frente ao convento das Irmãs e
resolvemos apanhar uns tamarindos. Sempre que pedíamos a família nos
franqueava, mas nessa tarde resolvemos apanhá-los com paus e pedras. Certeira
na pontaria conseguí um punhado de suculentos frutos arientos e comí até
fartar-me.
No dia seguinte, logo na primeira
aula de Português, ministrada pela Irmã Rute, responsável, também pelas aulas
aos sábados de Boas Maneiras, recebemos uma vexatória descompostura: isso não
era o que se esperava de moças educadas, comportamento inadequado de alunas às vésperas da formatura,
incompatível com o nosso status social. Além do mais, dando risadas, falando
alto e maculando a imagem do Ginásio, pois estávamos desrespeitando uma das
farda (saia-calça e blusa azul e tênis com meia soquete na cor branca). E por
tudo isso, recebemos uma punição severa: suspensão por 3 dias.
Cabisbaixa e sentindo-me injustiçada,
pois era apenas o uniforme de ginástica, voltei pra casa, após tentarmos
descobrir a autoria da denuncia. Fulana? É bem capaz, ela adora um fuxico. E
beltrana? que vive licutindo no ouvido das freiras!
Provavelmente pelo excesso de
tamarindos degustados , aliado a essa punição que achei exagerada, tive uma das
maiores crises hepáticas da minha vida.
Lendo teu trabalho sobre tamarindo não só lembrei-me dos tempos de infância como recebi muitas informações a respeito.
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