MOEMA

MOEMA
PAPIRUS DO EGITO

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O ÉDEN PINHEIRENSE


Pinheiro, município maranhense que integra a Região da Baixada, é  caracterizado por campos baixos e alagados no período chuvoso, quando o excesso de água extravasa dos rios e lagos, inundando-os. Por sua localização na região norte ocidental, situa-se no vértice de diferentes ecossistemas: campos, florestas, cocais, chapadas, litoral, com cobertura florística diversificada. Entretanto, em muitos trechos, esses ecossistemas se intercalam, se entrelaçam, se entrecruzam  e até se superpõem. Neste texto registraremos apenas árvores, arbustos e palmeiras frutíferas que fazem do nosso município, um grande pomar tropical.
Em razão dessas diversidades encontram-se, nas áreas dos campos e lagos, crivizeiros, cujos frutos chamávamos quiriri ou criurí,. nativos, mantendo, também, a fauna ictiológica; das matas: a juçara, cauaçu, marajá, abricó, ingá, azeitona silvestre, cupuaçu, cacau, tuturubá, taperebá, pupunha  maracujazinho, buriti. Nas chapadas encontramos bacuri, jenipapo, pequi, goiaba-araçá, araticum, maria pretinha, pitomba, ginja, pitanga, umbu, ananás,  cajazinho, camapu, guabiroba, algaroba, esta mais conhecida como planta forrageira. Da região litorânea: coco da Bahia, murici e certas espécies de cajus, também mangaba, pitomba e jambo. Da região dos cocais, além do babaçu, encontramos anajá, tucum, macaúba, bacaba.
As demais árvores frutíferas, eram cultivada ou simplesmente plantadas: mangas, sapoti, mamão, bananas, carambola, jaca, cajarana ou cajá do Pará, cajazinho, certas espécies de cajus e de goiabas, jambo, jaca, jacama, ata laranja, lima, limão, fruta-pão, abacate, tamarindo, seriguela, tanja, tangerina, melancia, maracujá.
Pouca gente sabe, mas entre as vinte frutas mais consumidas pelos brasileiros, apenas  a goiaba, o caju, o maracujá e o ananás são nativas. As demais são oriundas de outras regiões, até de outros continentes, aclimatando-se bem em nosso país.
Muitos frutos nativos, além de incrementar a indústria caseira de sucos, doces (em massa, compota, geleia, licores, vinhos), concorrem para o processamento em escala industrial, fornecendo muitos sub-produtos; os retirados das palmeiras  são utilizados na Indústria para extração de óleo, como o babaçu, desde a I Guerra Mundial e, ultimamente, o tucum, a  macaúba; também o pequi, a castanha de caju, castanha do Pará e outros. O açaí ou juçara está sendo exportado, acompanhando a demanda que teve o guaraná. Das palmeiras jovens, antes da frutificação, se retira um palmito tenro, o que ocasiona prejuízo na coleta e exportação dos frutos; mesmo proibido, o palmito é  contrabandeado por pessoas inescrupulosas. Outras frutas, nascidas nas beiras dos caminhos e das quais não reconhecíamos o seu valor, como o camapu, vem sendo importado pela Europa, usado em saladas frescas  e outros pratos da culinária francesa e inglesa.O limãozinho é usado na preparação de picles e coquetéis. Da guabiroba se retira um excelente palmito, vendido em conserva; da mangaba se extrai  látex; a polpa do araticum é usada na fabricação de sorvetes no Centro-Oeste. O pequi está sendo importado pelo Japão para a produção de licor.
Para a indústria de cosméticos são usados vários frutos como o urucu, o cacau, o cupuaçu. Na indústria alimentícia, cacau na produção de chocolate. Da carnaubeira aproveita-se a cera e folhas para cobertura de chalés e gazebos. No artesanato destaca-se a fibra do buriti, dos frutos, extrai-se um corante para a fabricação de pães e biscoitos; também bastante usada a palha do babaçu, o coco, assim como o coquilho do tucum e o coco da Bahia. Na indústria de tintas, o tanino extraído da casca de cajueiros. Na indústria farmacêutica são numerosas as frutas das quais são extraídos princípios ativos. O mesocarpo do coco babaçu é triturado e usado, no meio doméstico, no tratamento de várias doenças.
                  





I – AS FRUTAS QUE ADOÇARAM A NOSSA INFÂNCIA.

Quase todos os quintais de Pinheiro faziam parte do nosso pomar. Todos as crianças da minha idade (10 a 12 anos), sem televisão nem outras diversões que nos prendessem casa, saíamos, em grupos, nas tardes de sábado e domingos, após a Missa das 8:00h,  em direção  aos quintais  dos vizinhos e amigos, onde poderíamos encontrar as melhores frutas da cidade. Tínhamos, memorizado, o nosso mapa dos tesouros e seguíamos, em turmas, os roteiros previamente escolhidos no coreto da então Praça da República (hoje José Sarney) à sombra das três-marias (buganvílias) que se esparramavam com suas flores vermelhas e róseas. Evidentemente as rotas eram traçadas de acordo com a safra de cada fruta.
Sem adubo nem regas, contando só com a água das chuvas, no período invernoso, as fruteiras não davam a carga ideal para satisfazer  toda a criançada. No nosso grupo, cujas famílias tinham  poder aquisitivo melhor, essa busca era mais para ocupar o tempo ocioso, principalmente nas férias. Eu ficara mais solta, sem grande vigilância de mamãe, cuidando da farmácia deixada por meu pai, para garantir a nossa ssbsistência e educação. Ela aprendeu a manipular, tratar a clientela principalmente dos povoados, lidar com representantes de remédios e outras providências necessárias. Meu pai não a preparara para substituí-lo e ela teve que se virar  sozinha.
Aymoré fora enviado para o Seminário Santo Antônio, em São Luis; se não tivesse vocação para o sacerdócio, receberia, certamente, uma boa educação, assim como a disciplina necessária. José Paulo, o caçula, tinha apenas três anos e uma babá cuidadosa. Eu não dava grandes preocupações, principalmente em relação aos estudos. Interessada, aplicada, vivia mergulhada nos livros Mas férias, são férias.
O mapa encantado e as abordagens necessárias eram as que se segue. Ao chegar nas casas, batíamos palmas e pedíamos frutas. Ninguém falava em comprar e vender. Eram dadas, de mão beijada:
- goiabas madurinhas, amarelinhas, sem bicho – quintal de d. Tatá Mendes, avó, de Ana Fausta, Marbene, Lucilene; Gracinha ainda era pequena. Os filhos de Dedeco estavam nascendo.
- jacas da casa de d. Doninha Pereira.
- mangas catanas (compridas ou comuns) e manguitas – quintal de d. Fausta Reis.
- cajus compridos, doces, verde cana, e carambolas – casa das tias Babá, Cecé e Bibi.
- sapotis e tamarindos arientos no quintal de d. Faninha Veloso, avó de Terezinha. Concita e Mary  ainda eram crianças.
Ficávamos de olhos compridos, na casa de d. Alice Durans, quando íamos estudar com Terezinha, em direção a um pé de bonitas laranjas da Bahia (grapefruit) e limas reservadas para o Dr. Antenor Abreu. Contentávamo-nos com os cajás, mangas e goiabas.
Também lançávamos olhares cobiçosos para as goiabas-pera da casa de d. Julieta Castro Abreu e para as laranjas da China da casa de sua irmã d. Nhazinha Gomes. Nem a amizade com Cindoquinha, sua sobrinha, nos franqueava o acesso àquelas frutas deliciosas que amadureciam no pé. Na casa de d. Sofia, a outra irmã, invadíamos o seu quintal para furtar goiabas brancas, envolvidas em papel para evitar as moscas de frutas; essas goiabas eram reservadas para sua filha Terezinha que morava em São Luis.
Na casa das Sodré, as professoras Ricardina, Amélia (a Mestra) e d. Francisca (Xixinha), apanhávamos mangas com a ajuda de Celestina e de lá passávamos para a casa do sr, ZéPedro, sapateiro, pai de Maria Francisca (Cocota), que estudava no Colégio Rosa Castro, em São Luis,  Idalinajara e Vera eram ainda meninas.
Celeste Costa Ferreira fora nossa professora de alfabetização, em domicílio. Afilhada dos meus pais presenteava-os com grandes frutas-pão, que eram cozidas antes de consumí-las. Nunca me apeteceram, assim como o abricó do seu quintal.
Aos domingos, pela manhã, em tempo de ingá, íamos apanhá-las em casa de seu Palmério Martins, na Ilha de Ventura. Também pegávamos bacurizinhos, muricís, quiriris ou criulis, maria-pretinha e araticuns, com a cumplicidade de Lurdinha e Rosário, suas filhas. As outras eram ainda pequenas. À tarde atravessávamos a Faveira, de canoa, para cortar umas canas em casa do seu Brechó (Belchior).
Às vezes, alongávamos a excursão e íamos à Ponta de Santana, em casa de d. Mundiquinha Durans comer mangas e outras frutas. Éramos colegas de suas filhas Marlinda e Maria Tereza. Socorro ainda era garota. Lá sempre encontrávamos as frutas já colhidas e lavadas.
Outas vezes, aos domingos, íamos à casa de d. Leonete Soares, mãe de Maria Helena, Maria Célia e Reginaldo. Raimundo ainda era garoto. Lá comíamos, à farta, goiabas brancas, suculentas e deliciosas. Infelizmente não fabricavam, nessa época, as sacolas de plásticos, tão úteis e atualmente condenadas por poluir o meio ambiente, e só apanhávamos o que dávamos conta de comer.
No sítio de d. Rosa Gaia, no Sete, colhíamos azeitonas do mato (jambolão) cajazinhos e limãozinhos. Na casa do seu João Bertoldo eram as ginjas, na casa de d. Sinhá e de seu Carrinho Pimenta, os tamarindos.
Na casa de seu Manico Abreu, pai de Catí eram as mangas-buceta, pedidas entre risinhos, caras e bocas.
Quando papai era vivo, eu tinha entrada franca na casa de seu Leude Guimarães e d. Doninha; ele coletor federal e ela, minha professora de prendas domésticas, entre 1950-52. Com ela aprendi a fazer renda de almofada, ponto de cruz, ponto paris e outros dos quais há muito esqueci.
. No quintal havia uma frondosa goiabeira que espalhava seus ramos carregadinhos de goiabas brancas. Já idosos não comiam essas frutas, desfrutadas por Inocência e Eneida, duas irmãs que trabalhavam na casa e por mim. Algumas frutas eram envolvidas em papel de embrulho, amadurecendo sem larvas para a sua filha Rosa, que trabalhava em São Luis. Foi nessa casa que comi pera, pela primeira vez; papai talvez não gostasse porque sempre encomendava, da capital, maçãs e não me lembro de vê-las em casa. Também foi na casa de d. Doninha que conhecí macarrão; ela tinha uma maquineta e eu a ajudava a rodar a manivela para cortar as tirinhas da massa e colocá-las no varal, para secar.
Papai foi em Pinheiro, o primeiro morador a plantar coqueiro-anão, fazendo-o no quintal da Vila Moema, casa que construiu ao lado da nossa e que a pôs, ainda em vida, em meu nome. Essa casa era só para alugar. Foram seus inquilinos Dr. Fred Fuller, pastor protestante com a sua esposa d. Katherine a quem chamávamos d. Catarina e seu filho David. Quando ligavam a máquina de lavar roupa, usando sabão em pó, todos os vizinhos iam apreciar. Mais tarde moraram o Tenente Olí de Castro e família; depois seu irmão Edésio Castro e família. A casa em que morávamos, grande e com um belo quintal era o Vilino Aymoré. Papai sempre gozador, dizia às pessoas que lhe perguntavam o significado,  que era o masculino de vila. Nunca encontrei esse vocábulo em dicionário algum. A de José Paulo, ficava no lado oposto da Avenida onde morávamos, a mais importante da cidade. Nessa casa havia uma bonita mangueira-rosa. Alugada, quase sempre, poucas vezes saboreamos essas frutas. Nela moraram: dr. Carneiro Belfort, quando prefeito da Pinheiro por volta de 1944; mais tarde  (1947-48) o dr. Damasceno Figueiredo; em 1949 seu Leitão e d.Olga, casal elegante e que gostava de festas. Mais tarde dr.. Jeremias e outros dos quais não lembro, até que foi vendida por ZePaulo, já adulto, para Francisco Castro, o Tinche, nosso primo.
O meu padrinho Alexandre Guimarães morava na chapada numa fazenda-engenho denominada Santa Eugênia e nos trazia mel de cana, macaxeira, bacuri, jenipapo, murici, taperebá, guabiroba.
Em tempo de tangerina, uma das minhas frutas preferidas, ficava atenta, para sentir a direção do inconfundível olor. Ia muitas vezes, de bicicleta, compra-las no comércio do seu Francinê, na Beirada, no bairro da Matriz.
Em 1953, o sr. Ulisses Durans, coletor federal,  chegou a Pinheiro com a sua família, transferido a pedido, pois tinha 4 filhos em idade escolar e a fama do então Ginásio Pinheirense já atravessara fronteira. Ficaram na casa onde funcionava a Coletoria, na Praça da República. Darly, um pouco mais velha estudava em São Luís; Murilo ainda no Primário; Niedja e Danilo, nossos colegas. Dona Amélia preparava frios saborosos, como pastéis, cartuchos recheados com camarão; também pirulitos de maracujá que mandava vender nas ruas. Por minha grande afinidade com Niedja (somos amigas até hoje) a goiabeira era franqueada a mim, como na época das rendas e bordados de d. Doninha.
 No quintal de Tia Flora Durans, além das carambolas, Lurdinha nos presenteava com frutas mais raras, gostosuras trazidas por seu pai das fazendas Apaga-Fogo e Rosário, na Chapada: pequi, macauba , tucum, araticum, jatobá, cauaçu, jambo.
Helinice, filha de dr. Hélio Costa e d. Nice, apesar de ser da nossa idade e colega de turma, não participava dessas excursões; com a ajuda de Dezinha (irmã de Adelzira, ainda garota) e Maria, Tomásia apanhávamos mangas catanas, cajus e cajazinhos; os garotos arrancavam a casca da cajazeira para fazer dados. Perto de sua casa, a familia tinha um terreno com manga espada e manteiga. Não me lembro de ter visto uma só madura. Eram apanhadas de vez. De lá arrancávamos macaxeiras, assadas na brasa, por seu Guta.





No Fomento, íamos visitar Anaclan e sua irmã Maria. O seu pai, seu Edgar Cordeiro, grande comerciante e exportador de babaçu, fora o primeiro milionário que conhecemos. No quintal de sua casa mandara cavar um tanque, arremedo de piscina para deleite de seus filhos e dos amigos. Também comprara um mono-motor (teco-teco). Ainda nesse bairro não deixávamos de passar no sítio de d. Pupu, onde apanhávamos mangas de qualidade e outras frutas. Esticando a viagem íamos em Pacas, visitar Maria do Rosário, já casada. Nas férias iam conosco: Alzira Aranha e Linete Barreto que estudavam em São Luis acompanhadas por Iracema, Iracilda e José Morse, filhos de seu Mozart, gerente das Lojas Pernambucanas. Nesses passeios mais longos usávamos bicicleta. Também íamos visitar a colega Maria Luisa Mineiro, na Praça do Centenário e também  d. Zunga que fazia as flores de papel que decoravam os andores. Nessas casas encontrávamos mangas, cajás e limas.
Visitávamos, no Campinho as filhas do seu Raimundo Bittencourt: Rosa Maria, nossa contemporânea, Joana e as irmãs eram crianças ainda. Do seu Engenho Queimado vinham laranja, lima, marajá, crivili, murta, tuturubá, goiaba, caju, manga e maracujá do mato.
Certa vez Flory me convidou para pegar umas mangas em casa de amigas nossas, no bairro de Alcântara. Eu queria apanhá-las com paus e pedras mas Flory, mais meticulosa, resolveu usar uma vara. Futuca aqui, alí, acolá, até que de uma penca, caíram várias mangas das quais ela não pode defender-se. Resultado: uma delas atingiu sua cabeça e ela caiu desmaiada, causando preocupação às donas da casa.
Após a safra de cajus, reuníamos nossas castanhas para assá-las. Também consumíamos amendoim, chamado por nós de mindubí e esporadicamente junça, cujo teor de proteína é superior ao da batata.
Cruzávamos a cidade de norte a sul, de leste a oeste, desde a Faveira a Pacas e as duas Beiradas dos campos circundantes e encontrávamos as mesmas fruteiras. Também na Chapada e no Campinho, dois ecossistemas totalmente diferentes, eram encontrados os mesmas frutos nativos.
Nas últimas séries do Ginásio a nossa turma deixou as fruteiras de lado e enveredamos por outros jogos: voleibol, ordican; também impugna. Tomavam parte nesse grupo: os irmãos Leite (Leitinho, Jurandy e Erasmo, quando de férias); os irmãos Durans (Darly, Niedja e Danilo); as irmãs Castro (Socorro e Maria Helena); Marília, as irmãs Maria Pereirae Norinha, Flory. Cocota,  Cindoquinha e Sofiinha, Maria Isaura e primas, Eldonor, Reginaldo, Ribamar Martins, Ernaldo, Alaor,  Lauro, José Anastácio, Catí, Edméa, Cristina, Aymoré, eu e muitos outros jovens. Às tardes, íamos com os irmãos Santos (Maria Alice, Delfina e ZeMaria) para o aprazível sítio da família, à beira do campo Também íamos à Faveira, ao Campinho, onde apanhávamos tucum e anajá, passando pela Forgata, apostando corrida de bicicleta. Aprendemos, nessa época os jogos da sedução: os olhares, o charme, o flerte, as indiretas, o toque das mãos e a paquera, iniciando primeiros namoricos. À noite, dançávamos em nossa sala, ao som de uma luxuosa eletrola  Philco, comprada pelo meu padrasto: boleros, foxes, guarânias, mambos, rumbas, sambas-canção, com os discos que Aymoré, tendo já deixado o Seminário, trazia em sua bagagem. Lucho Gatica, Nat King Cole, Agustin Lara, Gregorio Barrios, Irany e seu conjunto, embalaram nossos primeiros romances.
As moças mais velhas como Gracinha Moreira, Lucilene Abreu, Ericine, Darcy Abreu, Maria Lúcia Cerveira, Darly Durans, Amélia Costa, Nair Amate, ou já tinham namorados firmes ou apenas iam, conosco, na Faveira para partidas de voleibol e ordican.

Iniciava-se, nessa fase, a nossa mocidade, com seus projetos e responsabilidades, deixando pra trás a despreocupação da infância e da adolescência até então, adoçadas pelas frutas.



Nenhum comentário:

Postar um comentário